Após a realização de uma audiência de custódia, na sede do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), na região da avenida Paulista, na Capital, foi mantida as prisões preventivas do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), e do ex-secretário de Governo e Transportes, João Gaspar (PCdoB), e ambos serão transferidos, nesta sexta-feira (14), para a sede do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros.
A informação foi confirmada pelo chefe de Gabinte, Márcio de Souza, que também acompanhou o julgamento que começou às 11h30 e que durou cerca de 1h30. A nova audiência de custódia foi causada por causa que está segunda prisão de Atila e Gaspar tem motivação diferente da primeira, que ocorreu em maio.
Quando foram detidos na deflagração da operação Prato Feito, o prefeito e o então secretário eram suspeitos de desvios de verba em contratos de compra de merenda escolar. Desta vez, na operação Trato Feito (uma ramificação da primeira), também foram analisados contratos de material e uniforme escolar, além do suposto pagamento de propina para empresários, assessores e vereadores.
O RD entrou em contato com o advogado de Atila Jacomussi, Daniel Bialsk, e aguarda uma resposta sobre as próximas ações da defesa. Em nota divulgada na última quinta-feira (13), o jurista afirmou que a nova denúncia é “requentada” em relação ao primeiro caso.
Relembrando o caso
Atila Jacomussi e João Gaspar foram presos preventivamente por suspeita de pagamento de propina que ocorria antes mesmo da primeira prisão, em maio, e que segundo investigações do Ministério Público Federal (MPF), continuou após a libertação de ambos, em junho. Os investigadores afirmam que R$ 500 mil, oriundos dos cofres públicos, eram divididos entre os assessores, empresários e os vereadores da base governista.
Apenas dois dos atuais membros do Parlamento mauaense não foram incluídos no esquema: Marcelo Oliveira (PT), único parlamentar de oposição; e Chico do Judô (Patriota) que retornou ao Legislativo na semana passada, após ter passado a maior parte de seu mandato como secretário de Serviços Urbanos. O seu suplente, Jair da Farmácia (MDB), foi citado nas investigações.
Além disso, foram cumpridos 54 mandados de busca e apreensão, entre eles, 22 mandados na Câmara de Mauá, onde gabinetes foram revistados e até projetos de lei aprovados entre 2016 e 2018 foram levados pelos policiais federais. Os 21 vereadores citados e o suplente Jair da Farmácia foram ouvidos pela PF. Os celulares corporativos dos investigados foram levados.
10 empresas foram impedidas de participar de licitações no município até o final das investigações. Em cofres de uma delas (não revelada) foi encontrado um montante superior a R$ 1 milhão.