
Após o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), ter afirmado que o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), externou a vontade de retornar ao Consórcio Intermunicipal Grande ABC, na semana passada, ao RDtv, o verde negou ter qualquer tipo de iniciativa para o retorno. Para o diademense tal informação se trata de “balela”.
De forma direta, Michels negou qualquer tentativa de retornar à entidade regional nos próximos meses, assim negando a informação de Jacomussi. O socialista afirmou que a situação foi afirmada após encontro que contou com a presença do prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (sem partido). Segundo fontes ligadas ao Paço de Diadema, o encontro ocorreu no final de outubro.
Também em entrevista ao canal RDtv, o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), afirmou que aproveitaria um encontro com o verde, que ocorreu terça-feira (6), porém nenhum detalhe sobre o encontro foi divulgado, nem mesmo em relação às demais pautas que seriam tratadas na reunião dos dois prefeitos.
Nos bastidores, a volta de Lauro Michels era considerada essencial para definição do próximo presidente da entidade. Atualmente o Consórcio ABC está dividido em dois grupos. O primeiro é composto pelos prefeitos que ainda se fazem presentes na Assembleia mensal: Orlando Morando (São Bernardo, PSDB); Paulo Serra; e Kiko Teixeira (Ribeirão Pires, PSB).
Atila, Maranhão e José Auricchio Júnior (São Caetano, PSDB) não participam do encontro há meses. No caso de Mauá, mesmo durante o período do afastamento de Atila, a cidade não se fez representada oficialmente. A ex-deputada estadual Vanessa Damo chegou a entrar em contato com Morando para informar que a então prefeita interina, Alaíde Damo (MDB), participaria de um encontro, o que não ocorreu.
No caso de São Caetano, o município não realiza repasses desde abril, quando foi sancionada emenda do vereador Edson Parra (PSB) que retirava o valor a ser destinado à entidade regional. Na época, o socialista alegou que a cidade não recebia qualquer investimento oriundo dos projetos do Consórcio.
Em Rio Grande da Serra, os repasses são realizados normalmente, porém Gabriel Maranhão conseguiu uma autorização legislativa para deixar a entidade quando quiser, algo que não foi oficializado até o momento. Caso o ex-tucano deixe o grupo, uma celeuma pode ocorrer em 2020, pois nenhum dos prefeitos que vão disputar a reeleição terão condições de presidir o Consórcio, fato que automaticamente colocaria Maranhão no cargo.
Saída
A decisão de Diadema de deixar o Consórcio ocorreu em 2017, após série de polêmicas. Lauro Michels alegou que não tinha mais condições de realizar os repasses de R$ 200 mil mensais e ao mesmo tempo, pagar a dívida que tem com a entidade que passa dos R$ 10 milhões.
A assessoria jurídica do Consórcio Intermunicipal Grande ABC entrou na Justiça com quatro ações pedindo o pagamento do valor devido. Todos os atos jurídicos já chegaram até o Fórum de Diadema e aguardam julgamento. Caso a cobrança seja efetivada, a cidade pode perder a CND (Certidão Negativa de Débito) o que poderia, por exemplo, impedir com que a Prefeitura obtivesse empréstimos ou financiamentos, como no caso do novo hospital municipal. (Colaborou Carlos Carvalho)