O candidato a reeleição à Câmara Federal, Alex Manente (PPS) defendeu a mudança no projeto da Linha 18 do Metrô, conhecida como Metrô do ABC, para um sistema de ônibus em corredor exclusivo, o sistema BRT. Segundo ele, reunião entre integrantes dos governos Estadual e Federal, na Comissão dos Transportes da casa legislativa federal, mostrou que o projeto é economicamente inviável. Segundo o parlamentar há muita exploração política do tema. “Estamos discutindo isso há dez anos e essa propaganda até me incomoda”. O socialista também disse que concorda, em parte, com as pregações do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) sobre o porte de arma. “Tem que ampliar, mas não de forma irrestrita”, declarou.
Sobre a campanha deste ano, mais curta e muito polarizada, como mostram as pesquisas, Manente disse que faltam propostas. “É uma eleição muito mais pelo anti do que pelo pró, polarizada e isso é preocupante porque não conseguimos debater profundamente os temas que são prioritários para a população. Eu percebo que temos uma eleição mais curta, com menos propaganda, que foi pensada para diminuir os custos das campanhas, que é onde começa a corrupção. Percebo que é uma eleição polarizada, uma eleição do anti- PT ou anti-Bolsonaro, mais de ódio do que de propostas. O Geraldo Alckmin teve um tempo de TV que nunca um candidato teve, mas o Ciro, cresceu mais durante a campanha do que o próprio Geraldo, porque ele é mais enfático nas suas colocações”, analisou.
Recursos
Manente disse que tem encaminhado emendas para o ABC, mesmo para as cidades administradas por desafetos políticos. “A emenda é a possibilidade que o deputado tem de apontar onde quer que parte do orçamento seja aplicado. Dentro deste orçamento temos um percentual para os municípios. A saúde não precisa de projeto, tendo (o município) a Certidão Negativa de Débito, recebe imediatamente na conta da prefeitura. São Bernardo recebeu este ano mais de R$ 1 milhão. Dependem do prefeito os projetos de infraestrutura. Minha obrigação é com o ABC; 60% de todas as minhas emendas vieram para o ABC”.
Ele usou o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), seu desafeto político como exemplo. “ São Bernardo, que o prefeito gosta de dizer que eu não mando emendas, recebeu hoje (28/09) R$ 400 mil da obra do Jardim das Orquídeas, nessa emenda eu mandei R$ 1,5 milhão. Ou o prefeito é um incompetente e não sabe o que acontece na gestão dele ou é má fé. A população quer um deputado que se dedique à região e eu me dediquei a defender os interesses da região em todas as áreas, mas acho que o que mais orgulha o eleitor do ABC, que votou em mim, é que nunca me envolvi em corrupção. Eu faço parte dos 10% que votou contra o Temer, contra a Dilma e contra o Cunha”, apontou.
Alex Manente disse que vai continuar encaminhando emendas para a região se reeleito. “É uma pena que o Consórcio do ABC hoje está tão fragilizado, muito fraco, fragmentado e dividido politicamente. O consórcio está lá em Brasília e nunca conversou comigo. Eu tenho fotos do consórcio fechado durante o dia e a população do ABC está pagando essa conta. Na minha opinião tem que ser como era antes, sem custos para as prefeituras”, sugeriu.
METRÔ
Como vice-presidente da comissão de Desenvolvimento e Presidente da Comissão de Mobilidade, Manente reuniu, em audiência pública, o Governo Federal e o Governo do Estado para tratar da obra da linha 18 do Metrô, e chegou a conclusão que a obra não vai sair. “A obra está inviabilizada economicamente, o monotrilho não funciona nessa distância, o debate agora é sobre qual é o modal que atenderia o ABC. Eu cheguei a solução que é o BRT. Invés de gastar com o monotrilho, BRT pode ser feito no mesmo trecho. A gente tem uma imagem de que o metrô é a melhor solução, mas o trólebus, por exemplo, funciona muito bem e tem 98% de aprovação. Quando vejo propagandas da linha 18, me sinto até incomodado, porque nós já estamos há dez anos debatendo isso”.
Perguntado sobre as posições do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), Alex Manente disse concordar com uma liberação controlada do porte de arma. “O que eu concordo é com a redução da maioridade penal. Sobre o porte tem que buscar alternativas e ter requisitos. Hoje o porte é permitido para pouquíssimos, tem que ampliar, mas não de maneira irrestrita, pois seria abuso uma pessoa sem condição psíquica ter uma arma”.
Sobre segurança pública, Manente prega que o preso deve trabalhar. “Enquanto não tiver punição o sistema jamais funcionará. Eu defendo uma revisão do sistema carcerário; o preso tem que se sustentar e sustentar sua família, precisa trabalhar, hoje é a sociedade que paga a conta dele”, conclui.