Já são mais de 520 famílias que moram no Condomínio Altos de Mauá, na rua João de Campos, no jardim Feital, em Mauá, desde o início da entrega, no ano passado. No entanto, as famílias muito preocupadas. Acontece que após uma dilatação na estrutura do prédio, partes da instalação interna e externa do prédio foram afetadas e as paredes e pisos começaram a apresentar rachaduras na parte interna e externa da construção. A construtora Augusto Coelho, responsável pela obra, foi procurada pelo RD, mas não retornou até o fechamento da reportagem.
Um dos moradores que preferiu não ser identificado conta que mais de um prédio foi prejudicado com as rachaduras – os blocos um e três apresentam profundas fissuras. “Os prédios correm risco de desabamento, mas ninguém toma providência para nos ajudar”, conta indignado ao relatar ainda que o espaço não tem alvará do Corpo de Bombeiros, e que não há auxílio do síndico para que o problema seja resolvido.
Outro morador conta que os quatro condomínios entregues apresentam problemas estruturais, principalmente nos andares 1º, 2º, 3º e 4º, somente o térreo segue normal. “São prédios novos, no mês de julho completa um ano que nos mudamos pra cá, e já tem rachadura pra todo canto, uma vergonha”, reclama indignado.
O síndico do prédio, Emerson Candido, relata que recebeu as reclamações sobre as fissuras e que já repassou os apontamentos para que a construtora tomasse as providências sobre o espaço.
O imbróglio iniciou em 2017, quando três anos após o prometido, a Prefeitura de Mauá finalmente iniciou o processo de entrega do Condomínio. Foram entregues 520 moradias, mas a promessa era que outras estariam concluídas em até 120 dias, o que não aconteceu. Fruto de parceria entre Prefeitura, construtora Augusto Coelho e MSTU (Movimento dos Sem-Terra Urbano), o empreendimento já foi alvo de diversas invasões e de autuação devido às ligações ilegais de rede de água e esgoto.
O vereador de Mauá, Severino Cassiano (PROS), explicou que os prédios 5 e 6 dependem de liberação da Eletropaulo para serem entregues, e que a reclamação das rachaduras já foi repassada para a construtora. “Acredito que até o final da semana já saia uma resposta sobre a entrega dos outros dois prédios e que totalize as 840 famílias beneficiadas”, conta.
A Eletropaulo, por sua vez, informou que aguarda documentação pendente para regularização da rede no local. A concessionária esclarece que os documentos foram cobrados da empresa Coelho Engenharia em 28 de maio, porém os itens ainda não foram encaminhados.