Problema recorrente registrado na maioria das cidades da região, o mato alto encontrado em espaços públicos tem sido motivo de dor de cabeça para os moradores de Ribeirão Pires, Mauá e Santo André. A situação é complicada, já que a população acaba prejudicada e mal consegue caminhar em alguns locais por conta de passeios repletos de mato, acúmulo de lixo e propagação de bichos. Alguns, para driblar a situação, vão às ruas capinar o mato ou acabam pagando pelo serviço de responsabilidade do poder público.
A reportagem do RD percorreu alguns pontos e presenciou os problemas enfrentados pela população. Em Ribeirão Pires, a moradora do Centro Alto, Fátima Rosalva de Oliveira, conta que nunca viu o município tão largado. A principal queixa é a dificuldade para caminhar pela rua Gomes Leal, completamente tomada pelo matagal. A munícipe alega gastar pelo menos R$ 120 na contratação de uma pessoa para carpir o mato em frente à sua casa, na rua Paes Leme. “Se não vierem carpir, o mato fica tão alto que chega a alcançar a nossa cintura”, reclama.Já o morador da rua Virgílio Roncon, no bairro Santana, Agostinho José dos Santos, alega estar cansado da situação e decidiu comprar uma enxada para limpar a calçada. “A Prefeitura demora no mínimo um ano para vir carpir, então temos de dar o nosso jeito”, reclama ao alegar que a situação acarreta no surgimento de animais peçonhentos e se estende a outros locais, entre eles Jardim Luso, São Francisco e Jardim Ribeirão Pires.
Cemitério
Com 150 mil m² e 54 mil pessoas sepultadas, o cemitério São José, também se encontra em situação precária. Os corredores e jazigos estão tomados por mato, entulho e insetos que rondam as sepulturas. Um dos frequentadores, que preferiu não ser identificado, conta que para visitar seu familiar muitas vezes precisa pisar em cima de outras sepulturas para atravessar o matagal. “Além do cemitério estar superlotado, não limpam, deixam tudo largado, cheio de bicho rondando o jazigo e até covas abertas”, reclama.
Procurada a Prefeitura não informou o valor investido anualmente para manutenção do cemitério, apenas diz que efetua permanentemente manutenção nos espaços, segue o cronograma de atendimento das demandas do local e que cabe às famílias a conservação dos jazigos. Sobre a reclamação nas ruas informa que a manutenção segue o cronograma de serviços que contempla todas as regiões da cidade.
Mauá e Santo André também apresentam problemas
Em Mauá, a situação encontrada não é diferente e se estende a equipamentos públicos. A moradora do Santa Lídia, Selma Araújo, conta que o cemitério do bairro está tomado por mato alto e que precisa desviar para conseguir chegar aos jazigos. “Mal dá para visitar os túmulos, é um abandono total”, declara. O problema se repete na calçada da rua Piracicaba, no bairro Matriz.
Na vizinha Santo André, alguns pontos da cidade também são alvo de reclamações. O morador da rua Araguari, no Jardim do Estádio, Almir Fermiano, conta que no local existe uma viela que está sendo limpa somente quando os moradores se unem para realizar o serviço. “Cobram o IPTU normalmente, mas na hora de fazer o serviço, nos deixam pra trás”, reclama. No Parque Miami e Vila Pires, os moradores também fizeram mutirões para evitar complicações. “A Vila Pires está feia, esburacada, cheia de mato, totalmente esquecida”, comenta Ruth Betega.
A Prefeitura de Santo André informou que mantêm periodicamente os serviços nos bairros apontados pela reportagem. Denúncias e reclamações podem ser feitas pelo telefone 0800 19 19 44, internet ou por meio do Portal de Serviços da Prefeitura (www.santoandre.sp.gov.br). Reiteram ainda que a capinação de guias e sarjetas é de responsabilidade da Prefeitura e as calçadas são de responsabilidade dos proprietário do imóvel. A administração de Mauá não respondeu aos questionamentos até o fechamento da reportagem.