
O livro Identidade Cultural – da Literatura para a Razão reúne 20 histórias de portadores de necessidades especiais, na maioria ligadas às suas faces, que muitas vezes impedem que exerçam suas cidadanias. Escrito por Vanilda Ribeiro dos Santos (historiadora) e com curadoria de Luciano Dib (especialista em cirurgias bucomaxilofaciais), será lançado no dia 13 de março, na Galeria Adelina, em São Paulo. A publicação é chancelada pelo Ministério da Cultura e conta com apoio da Unip e outras instituições.
A leitura convida para uma reflexão a respeito de reconstrução e redescoberta da autoestima. Os protagonistas foram escolhidos à dedo, já que em algum momento da vida, tomaram as rédeas e viraram protagonista das próprias histórias.
“Quem melhor para interpretar essas concepções do que aqueles que diariamente lutam pelas condições de acessibilidade em todas as áreas que permeiam seu cotidiano?” diz Vanilda Ribeiro dos Santos.
Para o curador do projeto, Luciano Dib, a iniciativa da produção do livro e da exposição constitui a genuína forma de unir o sorriso dos personagens à prosa e à imagem. “O sorriso que se pretende ilustrar no livro é menos o ‘sorriso dos dentes’ e muito mais o ‘sorriso dos olhos’, que verdadeiramente expressam o ‘sorriso da alma’”, conta Dib.
A realização do projeto contou com o apoio e o incentivo da Universidade Paulista, como meio propulsor de incentivo à leitura, para que os alunos tenham contato com diferentes autores sob a ótica literária humanística. “De fato, a UNIP cultiva a solidariedade, a inclusão e os valores humanos”, explica Dib. Neste sentido, a busca da identidade das pessoas com deformidades faciais também faz parte de suas pesquisas, e desenvolve projetos na área bucomaxilofacial, em níveis de mestrado e doutorado, desde 2014.
Entre as várias histórias apresentadas, chama atenção a de Carlito Conceição, vítima de um câncer facial agressivo que o levou a utilizar uma prótese, substituindo boa parte de sua face esquerda. Entre o fim de 2016 e o início de 2017, Carlito ficou mundialmente conhecido por ser um dos primeiros pacientes a usar as primeiras próteses faciais em 3D do mundo, produzidas a partir de fotografias tiradas com uma câmera comum de smartphone.