O surto do vírus da febre amarela atingiu o sexto morador do ABC, desta vez em Diadema. Em nota nesta segunda-feira (19), a administração municipal apenas confirmou que se trata de uma infecção contraída em Minas Gerais e o paciente já passa bem. O RD ainda aguarda mais informações. No momento, outros casos na região foram ratificados em São Bernardo, Santo André e Ribeirão Pires, com duas vítimas fatais e uma contaminação local.
Segundo nota da Prefeitura de Diadema, outros dois pacientes são investigados com suspeita de contaminação com o vírus. Até esta segunda-feira (19), apenas Mauá, São Caetano e Rio Grande da Serra informaram que ainda não contam com laudos positivos de infecção.
Em São Bernardo, houve duas situações, sendo uma delas de contaminação no próprio município, de um morador de 35 anos, residente do Jardim Palermo e que trabalha no Jardim Represa, área de vegetação natural, onde a doença se propaga com maior facilidade. Antes, outro munícipe manifestou a infecção, porém, teve o vírus em Mairiporã, na Grande São Paulo.
Santo André foi a primeira cidade da região a registrar uma vítima fatal, no início do mês. Tratava-se de um residente da Vila Junqueira, de 44 anos, que contraiu febre amarela em Atibaia, no interior de São Paulo e veio a óbito no fim de janeiro. Com infecção identificada na mesma cidade, um munícipe de 24 anos chegou a ficar internado em São Bernardo devido ao vírus, mas se recuperou sem sequelas.
Na semana passada, a Prefeitura de Ribeirão Pires informou o segundo óbito pela febre amarela no ABC, de um morador de 35 anos, internado em hospital da rede particular na Capital desde janeiro. A vítima contraiu a doença em viagem a Mairiporã no início do ano. O caso estava sob investigação e foi confirmado por exame do Instituto Adolfo Lutz.
Campanha é ampliada
Prevista para encerrar oficialmente neste sábado (17), a campanha estadual de vacinação contra a febre amarela foi prorrogada para 2 de março, em razão do não cumprimento da meta de cobertura. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, o público-alvo no ABC para imunização contra o vírus é de 2,3 milhões de pessoas, porém, até este fim de semana, 841 mil foram vacinadas, um percentual de 36% do estoque.
Com a recomendação do Estado, Santo André (203,3 mil pessoas imunizadas dentro do público-alvo de 623,1 mil munícipes), Diadema (194,1 mil de 396 mil), Mauá (115 mil doses aplicadas), Ribeirão Pires (25,6 mil de 105 mil projetados), Rio Grande da Serra confirmaram que seguem com a campanha até o dia 2. Por sua vez, São Caetano não informou à reportagem se adotaria a medida, mesmo com nota solicitada.
Nesta segunda-feira, a Prefeitura de São Bernardo também anunciou a prorrogação das ações de vacinação nas 34 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e nove UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), até a finalização do estoque de 707 mil vacinas, e por essa razão, não há uma data para o fim da força-tarefa. Desde o início da campanha, em 25 de janeiro, 310,3 mil doses já foram aplicadas, o que representa uma cobertura de 43,88%.
Mairiporã, Atibaia e Minas
Entre os municípios paulistas, os surtos mais graves de febre amarela se concentram em Mairiporã (na Grande São Paulo) e Atibaia (interior paulista). De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado enviados na sexta-feira (16), Mairiporã registrou 109 casos confirmados de infecção com 34 vítimas fatais, números que englobam moradores de outras regiões que passaram pela localidade. Sob mesmo critério, Atibaia contabilizou 34 contaminações do vírus, com 12 óbitos englobados.
Com números do dia 8, a Prefeitura de Mairiporã informou que ratificou 60 pacientes com infecção, dentre eles, 21 mortes, porém, esses números são restritos a moradores da cidade. Até a mesma data, o governo local imunizou 106 mil pessoas, marca que supera os 95 mil habitantes na cidade. Por sua vez, a administração de Atibaia afirmou que contabilizou 22 casos confirmados de residentes locais e, até o dia 15 de fevereiro, sete pessoas permaneciam internadas.
Segundo o Ministério da Saúde, Minas Gerais é o estado com maior surto de febre amarela no Brasil, com 225 casos confirmados e 76 óbitos, conforme dados divulgados na sexta-feira (16). Por sua vez, São Paulo vem em segundo, com 181 infecções e 53 mortes, acompanhado do Rio de Janeiro, com 57 laudos positivos e 24 vítimas fatais.