Dólar fecha no campo negativo em dia de realização de lucros

O dólar, que operou no terreno negativo durante boa parte da sessão desta sexta-feira, 15, acelerou as perdas depois do discurso pró-reforma do presidente Michel Temer nesta tarde. Durante a posse de Carlos Marun na Secretaria de Governo, o presidente disse que o adiamento da votação da pauta da Previdência para 19 de fevereiro foi “ótimo”, pois os deputados vão perceber em suas bases que não há “oposição feroz” ao tema. A declaração agradou aos investidores, e o dólar à vista chegou a recuar 0,94% para a mínima do dia. No encerramento, a divisa fechou com queda de 0,87%, a R$ 3,3071, arrefecendo a alta acumulada na semana de 0,34%.

Mesmo depois do fechamento do mercado à vista, a moeda negociada para janeiro continuou sua trajetória de queda. O motivo: grande entrada de fluxo de capitais, segundo diretor de uma corretora que preferiu não se identificar. Com isso, o dólar futuro bateu sucessivas mínimas e fechou no menor patamar do dia, a R$ 3,2985, com queda de 1,43%. Essa injeção de recursos fez com que o volume negociado no dia superasse US$ 15 bilhões – até então o giro estava bem abaixo do negociado em sessões anteriores.

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Mas não foi apenas o Temer que acalmou os ânimos do mercado. Mais cedo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, declarou que vai pedir às agências de classificação de risco para reavaliarem a nota de crédito do Brasil somente depois da votação da Previdência, e isso tranquilizou os investidores. “A declaração foi muito importante, pois tanto a Moody’s quanto a Fitch divulgaram comunicado com tom pessimista logo depois do anúncio do adiamento da votação”, afirma Bruno Foresti, operador da Ourinvest. “O Meirelles tem bastante credibilidade, acreditamos que o pedido deve ser levado em consideração”, acrescenta.

A combinação de um cenário mais claro sobre reforma da Previdência com ganhos acumulados ao longo da semana fez com que os investidores acionassem o comando de venda da moeda americana. “O que houve foi uma realização de lucros” afirma Alexandre Wolwacz, diretor da L&S. “A tendência ainda é de alta da divisa”, acrescenta.

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