Lideranças apontam retomada de setor imobiliário em 2018

O cenário negativo que afeta o setor imobiliário na região, há pelo menos três anos, pode estar com os dias contados. O indicativo de melhora, a partir de 2018, foi apontado nesta quarta-feira (25), após realização do congresso Construindo o Grande ABC, evento promovido pela Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC) com apoio do jornal Repórter Diário.

Em sua 5ª edição e com a finalidade de discutir os rumos e desafios do mercado imobiliário na região, o congresso reuniu diversas autoridades do setor, executivos de construtoras, incorporadoras, imobiliárias e administradoras de condomínio, bem como estudantes e os secretários de Desenvolvimento Econômico das sete cidades.

“Mesmo com notícias não tão boas para o mercado, todos (os bancos) são unânimes em dizer que a partir de 2018, o crédito imobiliário vai se restabelecer e os financiamentos serão retomados”, disse o presidente da Acigabc, Marcus Santaguita, referindo-se aos bancos do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica Federal, instituições que participaram do painel sobre financiamento imobiliário.

Além disso, o dirigente destacou que alguns aspectos econômicos ajudam a fortalecer o setor, entre eles, a queda de juros, inflação sobre controle e uma leve retomada dos empregos na região, que é muito industrializada. “São ingredientes fundamentais para a retomada efetiva e sustentável do nosso setor. O momento agora é das empresas retomarem os investimentos”, considera.

Os números apresentados pela gerente de Inteligência de Mercado do Portal Viva Real e do Instituto Geoimovel, Aline Borbalan, fortalecem a projeção de melhora. De acordo com pesquisa apresentada, a região deve fechar o ano com volume de lançamentos 30% maior que em 2016. “São indicadores extremamente positivos, que estão sinalizando um mercado com uma performance madura em relação à média nacional”, comenta.

O vice-presidente do interior do Secov-SP (Sindicato da Habitação), Frederico Marcondes Cezar, abordou o cenário imobiliário em São Paulo e interior (dentro dos dados estatísticos da entidade o ABC é considerado interior), e apresentou números de mercado referentes a nove regionais. De acordo com o especialista, o mercado está acanhado e com velocidade baixa de vendas.

“Se o mercado caminhar para uma normalidade em 2018, esse estoque vai se desovar de oito a 12 meses. E como não temos lançamentos nesse último período, o agravante é que teremos falta de ofertas e elevação de preços”, diz Frederico ao acrescentar que agora é o momento do comprador e que a partir do próximo ano o setor deve voltar à normalidade de mercado.

Momento do consumidor

O presidente do conselho deliberativo da Acigabc e construtor, Milton Bigucci, também reforça que o consumidor deve adquirir imóveis nesse momento, já que daqui para frente, os preços aumentarão. “Hoje o mercado está começando a respirar um pouco e gostaríamos de estar produzindo constantemente”, diz, e reforça que com as taxas de juros baixas é um grande negócio financiar imóveis neste momento.

O prefeito de São Bernardo Orlando Morando participou da abertura do congresso e destacou que o País está saindo de sua maior crise já vivida, com um setor apresentando ausência de lançamentos imobiliários e acumulando casos de devoluções. “O poder público tem que ser de decisão, ouvindo quem constrói e tendo a responsabilidade de manter o urbanismo da cidade de forma ordenada. Viemos aqui ouvir a demanda para manter a cidade atualizada”.

Painel com secretários

Os sete secretários de Desenvolvimento Econômico da região marcaram presença no evento dentro do painel O Futuro das Cidades do Grande ABC: Como as Cidades da Região estão Preparando o Desenvolvimento? Na oportunidade, apresentaram as políticas públicas que estão sendo desenvolvidas ou planejadas para o setor.
O gestor de São Caetano, Silvio Minciotti, destacou que o município desenvolve políticas voltadas para um novo ambiente, no qual se trabalha o conceito de cidade inteligente, que estabelece o bom uso da tecnologia, não só para o empresário, mas também para a população.

Laércio Soares, de Diadema, afirmou que o momento da realização do congresso foi bastante oportuno, já que a cidade trabalha na discussão para revisão do seu plano diretor com o objetivo de apontar, por meio de discussões com especialistas, a melhor saída para o município.

O secretário de Mauá, Ciomar Okabayashi, ponderou que a cidade possui áreas para o setor habitacional e industrial e por contar com localização estratégica privilegiada, ao lado do Rodoanel, tem sido procurada por investidores.

Em Santo André, Ailton Lima, disse que existe um novo momento de sinergia na região entre os gestores e espera que a construção civil seja uma locomotiva para o desenvolvimento econômico. Também valorizou a estrutura da cidade e ponderou que trabalha fortemente na desburocratização de projetos de competência de sua Pasta.
Hiroyuki Minami ressaltou que a retomada da construção civil em São Bernardo é de extrema importância para geração de emprego e renda. Espera que o próximo ano possa ser positivo para as incorporadoras e que a cidade é muito atrativa e oferece boas condições de infraestrutura.

Em Rio Grande da Serra, Gilvan Mendonça, valorizou o potencial turístico do município e ressaltou que a cidade trabalha para consolidar a questão de sua infraestrutura básica.

Marcelo Menato, gestor de Ribeirão Pires, afirmou que o município tem grande potencial de crescimento, apesar de estar inserido em área 100% de mananciais. Com isso, lembra que existe um regramento maior, mas que não impede o crescimento e desenvolvimento ordenado do setor.

O Repórter Diário recebeu, desde a última semana, os sete gestores das pastas de Desenvolvimento Econômico que puderam aprofundar um pouco mais as ações voltadas para o setor, bem como o trabalho geral realizado. O conteúdo pode ser conferido pelo www.reporterdiario.com.br.