Quarenta e oito horas após ocuparem um terreno no bairro Inamar, em Diadema, 30 famílias ainda aguardam um posicionamento da Prefeitura sobre a situação. Uma reunião realizada nesta quinta-feira (19) não teve avanços. Segundo as famílias, o poder público alega que o terreno é particular. A Secretaria de Habitação fala em buscar alternativas para os ocupantes que tentam sair do aluguel.
Procurada pelo RD, Gisele Felicio, representante das famílias, afirmou que durante a reunião, os membros do Executivo alegaram que o local ocupado é particular, diferente do que foi alegado na quarta-feira (18), quando o motivo para o fim da ocupação era o fato de o local ser área de proteção ambiental. “Não posso dar detalhes, pois ainda estamos aguardando um posicionamento”, disse Gisele.
A secretária de Habitação, Regina Gonçalves, relatou que uma nova reunião será realizada em data ainda não definida. “As 30 famílias pagam aluguel e querem participar de algum projeto que elas possam pagar as unidades ou terrenos. Por hora, foi acordado que estaremos mantendo reuniões periódicas e buscando alternativas”, afirmou Regina.
A área ocupada fica entre casas construídas na Passagem Esperança, ao lado do supermercado Bem Barato, e um área ambiental cercada pela Estrada do Rufino, um dos principais acessos entre os bairros Inamar e Serraria. Sem ter mais que cinco metros de largura, o terreno é cercado por muita sujeira, mesmo ao lado de uma área de proteção ambiental.
Apesar de já terem moradia em área próxima, as famílias falam das dificuldades de pagar aluguel. “A situação não está fácil, não conseguimos pagar mais o aluguel, então estamos em busca de um novo lugar para morar e resolvemos vir para cá”, explicou Gisele Felício, no dia da ocupação.
Logo que souberam da situação, os secretários de Habitação, Regina Gonçalves, e de Desenvolvimento Econômico, Laércio Soares, foram até o local. Quando chegaram viram que algumas estacas já foram colocadas, demarcando os lotes. Então, demais técnicos da Prefeitura resolveram impedir a construção dos barracos e convidaram estes moradores para uma reunião nesta quinta pela manhã.
Segundo os moradores, a Prefeitura alega que não poderia construir casas no local, pois é uma área verde protegida por lei. “Se eles não querem casas aqui, porque ainda não cumpriram a promessa de fazer alguma coisa por aqui, como uma praça?”, questionou Gisele.