A Universidade Federal do ABC (UFABC) aposta em inovação para movimentar a economia nas setes cidades da região com o projeto InovaUFABC, que tem como finalidade gerir política institucional, transferência de tecnologia e empreendedorismo. A ação viabiliza ainda, por meio de interação da Universidade com atores tecnológicos externos, principalmente com o setor produtivo, o estímulo para intensificação de atividades.
Em entrevista ao RDTv, a professora e coordenadora da Agência de Inovação, Anapatrícia Morales Vilha, explica que a inovação surgiu em um momento que a faculdade se posiciona na região como grande vetor de desenvolvimento em pesquisa científica e tecnológica. Um dos objetivos é melhorar a classificação da região, que já esteve em 3º lugar, e hoje está em 5º, a um dos principais protagonistas no potencial de consumo.
“O processo de desenvolvimento do ABC está totalmente associado à base industrial que demanda cada vez mais competitividade e o tecido acadêmico contribui para este aumento, atração de investimentos, novas empresas que passam a enxergar a região”, diz.
Com o início das pesquisas em 2006, a UFABC assume papel essencial na produção de incentivos, interação entre indústria – universidade e fomento de negócios para estimular o empreendedorismo. Apesar de ser um fator importante para o desenvolvimento da região, Anapatrícia assume que este comportamento ainda não é sinérgico no ABC. “Não só o ABC, mas o País encontra dificuldade em estabelecer sinergia por fatores históricos e desenvolvimento da indústria, o que é negativo, e o Consórcio e Agência de Desenvolvimento tentam articular estes atores”.
Parque Tecnológico
A docente acredita que após sete anos de credenciamento, finalmente o Parque Tecnológico de Santo André deverá sair do papel. Seria a saída para que os municípios pudessem concentrar esforços para elevar a região com trabalho integrado, respeitando às autonomias dos municípios. Em contrapartida ao projeto, centros de inovação, associações comerciais, sindicatos, ações distintas e até mesmo a participação do poder público poderia ajudar nos Arranjos Produtivos Locais (APLs) para elevar a importância da região.
“Os arranjos produtivos tinham o reforço das prefeituras, como a de Mauá com o setor químico e Diadema com cosmética, mas após a renovação de prefeitos isso ficou estagnado”, relata Anapatrícia. Sobre uma possível retomada de diálogos, a professora explica que o papel da governança é desejável para indução e produção de incentivos, mas que na ausência, “as próprias universidades ou outros atores poderiam ter sinergia e auxiliar os arranjos locais”.