Promessa de longa data, a revitalização do calçadão comercial situado na rua Coronel Oliveira Lima, região central de Santo André, voltou a ser ventilada. Em uma operação, realizada nesta terça-feira (06/06), para fiscalizar eventuais atividades irregulares e transtornos aos comerciantes no local, o prefeito Paulo Serra (PSDB) afirmou que o governo trabalha com a proposta, porém, não deu previsão de quando sairá do papel.
A revitalização da Oliveira Lima é uma reivindicação antiga dos comerciantes, com proposta que data desde 1998, de autoria do arquiteto Décio Tozzi, ainda na gestão do ex-prefeito Celso Daniel – morto em 2002. Foi nessa administração que o calçadão, de 500 metros, recebeu a cobertura que corresponde a 200 metros, mas o complemento da obra ainda está apenas nas palavras. Serra, porém, garante que agora será diferente.
“É um compromisso nosso, mas não em curto prazo, pela situação financeira na qual assumimos a cidade, mas estamos avaliamos modelos de PPPs (Parcerias Público-Privadas). O projeto está em fase funcional e não na etapa de projeto executivo. A partir daí teremos um orçamento previsto para modelagem. Faz parte do nosso plano de governo o término (da cobertura) desse corredor”, projetou o prefeito.
Na gestão do ex-prefeito Carlos Grana (PT, 2013-2016), na qual Serra, à época no PSD, era secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, foram realizadas intervenções, porém, a PPP, projetada na ocasião pelo petista e pelo tucano, não se viabilizou a tempo. Em 2013, a Prefeitura de Santo André despendeu R$ 900 mil por reformas pontuais, como a reinauguração dos chafarizes, alvos de vandalismos e retirados no ano seguinte.
Serra avalia que a revitalização completa do paisagismo da Oliveira Lima pode ajudar a aquecer a economia e a geração de novos empregos na cidade. À espera de ações concretas, os lojistas depositam uma nova esperança neste governo. “Queremos uma revitalização. Desde as gestões passadas, solicitamos isso aos prefeitos e o Paulo (Serra) se sensibilizou”, pontou o diretor da Sol (Sociedade Oliveira Lima), Márcio Casa Blanca.
Limpeza e segurança
Enquanto estuda uma nova fase para revitalização da Oliveira Lima, mudanças visuais devem ocorrer em curto prazo. Durante a caminhada no calçadão, Serra destacou que a meta nos próximos meses do governo é a limpeza e manutenção dos pilares da cobertura e estrutura em geral. O prefeito destacou a pretensão de utilizar tintas que dificultem a ação de colagem de cartazes e pichações, com intuito de reduzir a poluição visual.
“O (vice-prefeito e secretário de Manutenção e Serviços Urbanos, Luiz) Zacarias (PTB) já vai atrás disso. Isso (a operação na Oliveira Lima) é o começo de um processo e há o nosso compromisso (o programa) Cidade Limpa, projeto que será enviado à Câmara (dos Vereadores) no segundo semestre, tornando-se um passo para combater a poluição visual”, disse.
O prefeito também ponderou o desejo de implantar, em consenso com os comerciantes, uma padronização da fachada e placas informativas no corredor comercial. “Discutiremos isso com os comerciantes, pois um corredor comercial desses não pode ter tanta informação, pois fica ruim ao próprio cliente. Faremos adequações, dando prazo para adequação”, completou.
Quanto à Segurança, o governo projeta a instalação de novas câmeras de monitoramento por meio de parceria com a iniciativa privada, alegando falta de recursos do Tesouro Municipal para tal investimento. Segundo Casablanca, essa é outra medida reivindicada pelos lojistas. “Fala-se em quatro câmeras de alta definição, para se movimentar e olhar tudo, durante dia e noite. Não dá para colocar o efetivo da GCM (Guarda Civil Municipal) na cidade inteira em todos os lugares 24 horas por dia”, considerou.
O presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Evenson Dotto, espera que a revitalização completa do calçadão saia finalmente do papel, mas reforça a necessidade da Prefeitura de Santo André manter a fiscalização para manter o espaço atrativo aos lojistas e munícipes. “É preciso ter organização, seguir a lei, ou seja, impedir entulhos no calçadão, excesso de barulho, ambulantes e isso não depende de grandes recursos”, considerou.