Outra data considerada importante para o comércio, o Dia dos Namorados, celebrado em 12 de junho, deve aquecer a economia com movimento estimado de R$ 67 milhões na região, revela Pesquisa de Intenção de Compras (PIC) da Universidade Metodista de São Paulo. Em termos nominais, sem considerar a inflação, o número é 3,7% maior do que os R$ 64,6 milhões projetados ano passado. Entretanto, se considerada a taxa inflacionária de 4,08% (anualizada até abril), a movimentação comercial praticamente se mantém em relação a 2016. O professor pesquisador do Observatório Econômico, Moisés Pais dos Santos, falou sobre a pesquisa ao RDtv.
A pesquisa aponta que o preço médio que o consumidor está disposto a pagar pelo presente é de R$ 158, valor 15% inferior ao registrado ano passado, quando foram gastos R$ 186. A diminuição pode estar relacionada com o atual momento de incertezas e oscilações na econômica. A região registrou alta taxa de desemprego, 19,2% da População Economicamente Ativa (PEA), conforme dados da Fundação SEADE divulgados em março.
O estudo revela que os principais produtos que os consumidores pretendem adquirir são vestuários (38,2%), perfumes e cosméticos (18,9%), jantar/passeios (5,5%), cestas de café da manhã/doces (5%), joias/bijuterias (4,2%) e flores (3,6%). Cerca de 10% dos entrevistados estavam indecisos com relação ao presente a ser comprado.
O gasto médio calculado com presentes foi equivalente a R$ 197, valor superior ao preço médio (R$ 158), sugerindo que parte dos entrevistados pretende comprar mais de um presente. Se comparado com o gasto médio do ano passado (R$ 190), se constata aumento nominal de aproximadamente 3,7%.
A tabela de variação de compra (preço por presente) apresenta intenção de gasto de R$ 50 até R$ 1.000. Assim, 10,9% pretendem gastar até R$ 50, 34,3% (de R$ 51 a 100), 21% (de R$ 101 a R$ 150), 17,4% (de R$ 151 a R$ 200), 8,3% (de R$ 201 a R$ 300), 4,7% (de R$ 301 a R$ 500), 0,7% (de R$ 501 a R$ 750) e 1,5% (de R$ 751 a R$ 1.000).
Pagamento
Outro dado interessante aponta que 70% das pessoas pretendem pagar as compras com cartões de crédito (34,5%) e débito (34,2%). Desta forma, menos de um terço dos entrevistados (28,6%) pretende pagar os presentes com dinheiro. Se comparada a pesquisa do ano passado, se observa aumento na preferência desse tipo de modalidade. A maior mudança foi na redução de pagamento com dinheiro.
Via de regra, a escolha do local para a compra do presente, assim como em anos anteriores, tem como principal fator a proximidade do estabelecimento da residência ou do trabalho, seguido da diversidade de produtos, acessibilidade, segurança e conforto. Desta forma, os Shoppings Centers aparece com 43,9%, como local preferido para as compras. Na sequência vem o comércio de rua (25,1%), Internet (10,5%), comércio de bairro (8,6%), outros (2,2%).
“Todos esses locais dependem muito da renda familiar. As pessoas com renda mais baixa tendem a optar mais por comércio de bairro e centro. Já as de renda mais elevada preferem shoppings e internet”, afirma o professor pesquisador do Observatório, Moisés Pais dos Santos.
O estudo foi realizado entre os dias 8 e 21 de maio, portanto, grande parcela dos entrevistados ainda não tinha informação sobre o escândalo político que explodiu no País no dia 17 de maio. O fato tem aumentado a desconfiança da população em relação ao cenário econômico com clima de incerteza e desconfiança.