A Odontologia possui muitas técnicas para deixar o sorriso bonito e, consequentemente, elevar a autoestima do dono. Uma destas técnicas é o implante dentário, que consiste em inserir um parafuso de titânio no osso e, depois de alguns meses, após o material estar ser bem integrado ao organismo, fixar dentes artificiais, que na verdade ficam bem naturais. Outro recurso é a carga imediata, em que o paciente entra no consultório sem dentes e sai no final do dia com todos os dentes fixos sobre os implantes dentários. Para falar sobre o sucesso do implante dentário e dessa nova técnica, e também tirar dúvidas do internauta, o RDtv convidou o especialista Marcio Marques.
Mestre em implantes dentários, Marcio Marques é diretor da OdontoSis, Clínica Odontológica Integrada, de Diadema. A importância e diferença dos implantes, os prós e os contras, bem como o principal público alvo da técnica são abordados por Marcio Marques, que também fala sobre os cursos ministrados pela clínica, direcionados a dentistas e um sucesso no dia a dia da OdontoSis. Confira abaixo alguns trechos da entrevista, disponível também no RDtv:
RD: Em quais casos a pessoa precisa recorrer a um implante dentário?
Marcio: O implante foi desenvolvido para substituir um dente perdido. No processo é inserido um parafuso de titânio dentro do osso e é construído este dente. Obviamente pode haver dentes em fase de transição, podem ter dentes condenados, então não necessariamente o implante é só para casos de ausência de dentes.
RD: Quando há mobilidade do dente, uma coroa seria a solução?
Marcio: Não, a mobilidade tem diversos níveis. Em pequena e média mobilidade pode ser feito um tratamento para que ele volte a ter estabilidade. Depende também dos cuidados, da higienização diária e dos hábitos envolvidos nesta situação. A coroa neste caso não ajuda em nada, pois estamos cuidando da estrutura do dente. Ela serviria para quem tem a estrutura ou escurecimento que não são resolvidos com clareamento. No implante a pessoa não tem mais nada, só tem o osso.
RD: Muitas pessoas têm receio do implante, principalmente por conta da idade. Há alguma limitação?
Marcio: É muito comum esse medo, mas os implantes dentários foram desenvolvidos para pessoas sem dentes, normalmente pessoas com mais de 60 anos. O objetivo é reabilitar essas pessoas. Então se você tem 60, 70 ou 80 anos e tem algum problema de saúde controlado não há contra-indicação, agora se descontrolado, você não pode ter nada nem com 40 anos.
RD: Qual o prazo do implante? Há um implante provisório primeiro?
Marcio: O que nós, dentistas, chamamos de implante é apenas o parafuso de titânio dentro do osso. O paciente classifica como implante o tratamento já finalizado. Então, há um tempo para a colocação do implante e da coroa que é o acabamento. Num primeiro passo temos o implante através da cirurgia e um período variado para que o osso grude nas roscas do implante. Em alguns casos, em um mês e meio já integrou e pode começar um segundo processo, mas em média demora em torno de 9 meses usando o implante convencional, com tratamentos especiais.
RD: Neste período a coroa também é provisória?
Marcio: A Odontologia oferece dentes provisórios, fixos ou móveis, depende do caso.
RD: Há contra-indicação ou rejeição?
Marcio: Não existe rejeição com o material titânio. Mas isso não quer dizer que não se perde implante com possíveis infecções, ossos que não suportem o material, sobrecarga de implante, com o tipo de mordida ter desequilíbrio de dentes, falta de higiene ou de manutenções. Tudo isso são fatores que podem acarretar a perda de implante. Mas em média se perde de 3% a 5% dos implantes feitos.
RD: Existem alternativas ao implante dentário?
Marcio: Na ausência dos dentes consideramos o implante como a melhor alternativa.
RD: Se a pessoa tiver medo ou receio e não puder colocar implante, o que fazer?
Marcio: Próteses móveis ou fixas podem ser colocadas. Se o paciente não tiver nenhum dente, a prótese total, conhecida como dentadura.
RD: A carga imediata, muita gente vê mas não sabe o que é. Isso tem a ver com pessoas que têm pressa e ou medo de não ser bem-sucedido, é um mito?
Marcio: Sim, é um mito. O tratamento funciona muito bem desde que a indicação esteja correta, o paciente tem de poder receber a técnica, tudo deve ser avaliado. Se estiver dentro das condições funciona muito bem.
RD: Qual o risco para um paciente que não está preparado?
Marcio: Não temos como calcular, mas o sucesso dela se bem indicada é o mesmo do implante que demorou 9 meses.
RD: Qual a média para um implante tradicional 9 meses e para a carga imediata?
Marcio: Até 3 dias para o tratamento finalizado. No uso da técnica, damos preferência para reabilitações totais da parte inferior, pacientes quem não têm dente nenhum ou têm os dentes totalmente condenados. São realizados 5 implantes e uma prótese unida com 12 dentes de resina e estrutura metálica na parte inferior na parte inferior. Após isso, dependendo se o paciente não tiver nenhum dente na parte superior, fazemos uma prótese total convencional.