Seguradoras de veículos apostam em estabilidade

Mercado registrou queda de 3% em 2016, puxada pela queda na cobertura de apólices de veículos novos (Foto: Pedro Diogo)

O mercado de seguros automotivos está otimista para 2017, depois de um ano em que registrou retração de 3%. Um dos fatores foi a queda na procura pela cobertura de apólices de seguros relacionado ao mercado de carros zero quilômetros que encolheu 30%, segundo o Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo (Sincor-SP).

O que ajudou o mercado de seguros de veículos a não ter um encolhimento tão grande quanto o de zero quilômetros foram os corretores que conseguiram manter a carteira de clientes. “Se não fosse por esses esforços, a queda seria muito maior”, avalia o presidente do Sincor, Alexandre Camilo.

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Camilo afirma que muitos proprietários que tinham dois ou três veículos segurados também passaram a fazer apólices apenas para um. Outra ação que ajudou a queda não ser tão brusca foram novos produtos lançados pelas seguradoras, que abrangem veículos mais populares. Camilo explica que essa retração foi mais sentida nos Estados das regiões Norte e Nordeste. O Sul e o Sudeste ajudaram a equilibrar a balança para ser tão negativa.

Para 2017, a perspectiva do setor é boa por conta do aquecimento na economia do País. “Se em 2016, quase empatamos acredito que neste ano conseguiremos ter um percentual positivo. Nada para comemorarmos, mas vamos reverter a situação”, comenta.

O diretor técnico auto do Grupo Bradesco Seguros, Saint’Clair Pereira faz coro ao Sincor-SP, ao relatar que a queda do setor foi mesmo puxada pelo mercado de veículos novos que registrou retrocesso nas vendas. “Os atuais clientes de seguros automotivos buscam preservar o bem na impossibilidade temporária de aquisição de um novo e estão mais atentos a benefícios e vantagens oferecidas pelas empresas”, destaca.

Oportunidade – Para as seguradoras 2017 deve ser de retomada, caso da Porto Seguro Auto e da Bradesco Seguro, que apostam em uma estabilidade para o mercado de seguros de autos, somado à expectativa da demanda e necessidade do setor. Lima destaca que o mercado deve ter comportamento pró-cíclico e aponta que existe uma parcela de público ainda não explorada. “É uma tendência de se ajustar à medida que haja uma recuperação na indústria automobilística. Existe uma grande oportunidade de atingirmos uma parcela significativa da população que ainda não compra seguro automotivo”, acredita.

O superintendente do Porto Seguro Auto, Jaime Soares, destaca que 2016 foi um período de queda, mas a empresa conseguiu oferecer produtos segmentados e flexíveis, além de diferenciais atrelados que auxiliam no momento da venda. “A ideia é sempre oferecer múltiplas soluções aos diferentes tipos de clientes”, destaca.

Mesmo com cenário ruim, em 2016 a seguradora identificou oportunidades em segmentos de veículos de luxo. “Foi um setor que cresceu e consequente necessidade de serviços exclusivos para o segmento e lançamos o Porto Seguro Auto Premium. Também relançamos o Porto Seguro Moto, que atende a diversos estilos de motocicletas e oferece coberturas e serviços alinhados às expectativas do cliente”, conta.

Diferente do que constatou o Sincor, a Porto Seguro não sentiu grande evasão de clientes. Soares explica que o mercado não parou de consumir, mesmo com a crise e que as seguradora deve identificar as necessidades dos consumidores para revertê-las em benefícios. Soares  cita os mais de 270 Centros Automotivos da marca no País, que fornecem para clientes e não clientes serviços de diagnóstico veicular, manutenção e reparos.

Além disso, viabiliza a disponibilização de créditos para corrida de táxi a segurados que ficam temporariamente sem seu veículo. “A medida foi pensada para clientes que têm carros que passam por reparos. Vale dizer que este novo benefício foi uma solução pioneira entre as seguradoras do País”, completa.

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