A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h, localizada na rua Agenor de Camargo, no Centro de Santo André e fechada em maio de 2016, não será mais utilizada como UPA de Especialidades como era previsto pelo governo anterior.
Após realizar um diagnóstico situacional da saúde do município, a atual gestão considerou que a localização do equipamento não é a melhor opção para a finalidade anunciada pelo governo passado. “Por falta de estudo e planejamento, instalaram duas unidades com a mesma característica na região central da cidade, além do Centro Hospitalar Municipal, considerado hoje um dos principais equipamentos de emergência e urgência do ABC”, informa em nota a Prefeitura de Santo André.
Com isso, está em análise a viabilidade de utilização do espaço dentro do programa Estratégia Saúde da Família (ESF), em ampliação no município. Para isso, a Secretaria de Saúde busca as normas legais e administrativas, junto ao Ministério da Saúde, para realizar os ajustes necessários. O programa visa à reorganização da atenção básica no País, de acordo com as regras do Sistema Único de Saúde.
Enquanto isso, moradores reclamam da falta de medicamentos básicos nas unidades de saúde e de mais opções de atendimento na cidade. Um dos alvos é o PA (Pronto Atendimento) Bangu, fechado em dezembro para reforma e ampliação de espaço.
Na quarta-feira (15), a dona de casa Célia Soares levou o filho que estava com tosse ao PA e encontrou o equipamento fechado e sem aviso de quando reabrirá. “Minha sorte é que tenho carro, mas pra quem precisa pegar transporte público para correr doente atrás de médico, como faz? Além do que as outras unidades estão superlotadas de tantos pacientes”, reclama.
A estudante Júlia Miranda, de 16 anos, reconhece a importância da reforma no PA, mas reclama dos problemas causados pela intervenção. “O atendimento já demora horas com todas as unidades funcionando, agora com a reforma ficará impossível passar por consultas”, afirma.
Segundo o aposentado Antonio Carlos Fernandes, de 60 anos, pacientes do Camilópolis, Bangu e outros bairros da cidade são obrigados a ir ao PA Central em busca de atendimento, mas são barrados por grandes filas de espera pelo acúmulo de pacientes. “A UPA da Perimetral [rua Agenor de Camargo) foi fechada para reforma, disseram que reabriria em novembro, mas até agora nada. Isso tudo faz o PA Central lotar, temos de nos sacrificar o dia inteiro aguardando atendimento”, reclamou enquanto esperava atendimento.
Falta de medicamentos
A Unidade de Saúde do Campestre, fechada no final de janeiro por infestação de pulgas foi reaberta dia 15, mas já com outro problema, falta de medicamento. O aposentado José Luís Bertarelo foi ao local retirar lanceta para teste glicêmico, mas saiu de mãos vazias. “Nunca tem remédio, dizem que vai chegar, mas nunca tem”, reclama.
Antonio Carlos Fernandes, 60 anos, também foi à Unidade do Campestre no dia da reabertura para tentar retirar Prednisona, mas também saiu sem o remédio. “Há 36 anos retiro o remédio normalmente pelo INPS (Instituto Nacional de Previdência Social) e de uns meses para cá tenho de comprar o remédio porque nunca tem aqui no posto, um descaso total com a população”, diz.
O prefeito Paulo Serra (PSDB) explicou já está em processo a modernização das 33 UBSs da cidade com padronização do atendimento, humanização e reabastecimento do estoque de medicamentos. “Assumimos a cidade com menos de 20% do estoque, ocasionado por uma dívida com fornecedores. Hoje conseguimos chegar a 50% do estoque e vamos iniciar a contratação de um sistema para que ainda no primeiro semestre além de não faltar remédio, tenha entrega de medicamentos em casa”, explica.
Paulo Serra também disse que iniciará um estudo para transferir a Unidade do Campestre para o CER (Centro Especializado em Reabilitação), na rua Vitoria Regia, também no bairro Campestre, pois oferece mais estrutura do que a casa antiga que hoje abriga a US.
Em relação aos medicamentos, a Prefeitura informa que foi realizada uma compra dos itens prioritários, que já estão sendo distribuídos nas unidades.
(Colaborou Amanda Lemos)