A polêmica em torno da cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS) considerada abusiva para moradores da região do Grande Alvarenga teve novo capítulo durante a sessão da Câmara de São Bernardo, nessa quarta-feira (9). Cerca de 100 pessoas foram até a sede do Legislativo exigir providências dos vereadores. Os legisladores protocolaram um documento pedindo a suspensão da cobrança até que cada caso seja revisto, algo considerado difícil para os governistas.
O início da manifestação ocorreu logo no começo da sessão. O vereador Julinho Fuzari (PPS), primeiro a receber os manifestantes na última segunda-feira (7), relatou os problemas encontrados. Foram cerca de 17 mil cobranças realizadas, algumas passando da casa dos R$ 10 mil. “É um absurdo que isso seja feito assim. Como as pessoas vão pagar esse valor? Será que não pensaram nisso? ”, questionou o popular-socialista.
Na sequência uma comissão de dez moradores foi até a sala de reunião da Casa para conversar com os vereadores e exigir que fosse feito algo. Após uma hora e meia de conversas ficou acertado que seria protocolada uma indicação para que o prefeito Luiz Marinho (PT) pudesse suspender a cobrança, fizesse uma revisão da alíquota, uma revisão dos valores cobrados, um aumento do número de parcelas e a demonstração da base de cálculo utilizada para a atual cobrança.
“Nós não nos negamos a pagar, queremos que seja avaliado caso a caso, pois em alguns casos já caducou o pagamento, em outros as pessoas já pagaram, mas foi feita uma nova cobrança. Que seja cessado esse pagamento para que possa ser feito uma outra cobrança com valor justo, parcelamento justo”, afirmou Edvaldo Pereira Carvalho, morador do Parque Los Angeles.
O vereador Tião Mateus (PT) afirmou que nenhum vereador sabia da cobrança até a última sexta-feira (4), quando a lista das cobranças foi publicada no Diário Oficial do Município. Além disso, o petista afirmou um dos motivos para a cobrança é cobrir problemas de caixa. “Isso (o ISS) não vai resolver todos os problemas, foi isso que conversei com o secretário de Finanças (Paulo José de Almeida) ”.
Questionado sobre a possibilidade da cobrança ser suspensa, Mateus afirmou que será “muito difícil”. “As pessoas que sentirem que a cobrança não foi feita de forma justa podem entrar com o recurso e o pagamento fica suspenso até a nova avaliação. Todos podem fazer isso, é mais fácil por esse caminho”, explicou.
Aguarda-se uma resposta da Prefeitura até a próxima quarta-feira (16), quando os manifestantes retornaram para a Câmara para um novo protesto. Em caso de resposta negativa, Julinho Fuzari pretende entrar no Ministério Público com uma representação para o próximo prefeito.