Nesta segunda-feira (10/10), muita gente que precisou ir ao banco teve que enfrentar filas enormes. Tudo porque as agências bancárias do ABC ficaram com as portas fechadas por 31 dias, devido à greve dos bancários. As agências só voltaram a abrir nesta última sexta-feira (7), após os funcionários aprovarem a proposta de reajuste em 8%, além do abono de R$3,5 mil feitos pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). Como muitos serviços ficaram indisponíveis no período da paralisação, as filas mostram que a população quer resolver logo as pendências.
É o caso da vendedora Marcela da Silva Nascimento, 32, que esteve na última sexta-feira à tarde na agência do Santander em Santo André e ficou horas esperando para fazer a transação bancária. “Agora que acabou a greve, todos resolveram vir ao banco, ou você vem com tempo, ou não consegue fazer o que precisa. Eu tive que esperar a greve acabar já que meu banco não dá para fazer a transação via internet”, conta.
Com o quadro de funcionários danificado, alguns clientes chegaram até a desistir de entrar no banco após deparar-se com o tamanho da fila nas agências bancárias. É o caso da dona de casa, Adriana de Souza, 34, que utiliza o banco Mercantil do Brasil. “É a segunda vez que venho hoje para tentar fazer um depósito e ainda não consegui. Tenho uma filha pequena em casa e não posso deixar ela sozinha. É um absurdo” Além de estar lotado, o banco tem poucos atendentes”, reclama.
Outros clientes optaram por chegar cedo para garantir a rapidez nas negociações, no entanto, a decisão não foi eficaz. O aposentado José Gerônimo Fidelix, 76, chegou por volta das 11h ao Banco do Brasil, mas saiu indignado da agência após esperar mais de 1h30 na fila. “Vim resolver um problema referente ao meu cartão de débito, mas fizeram uma confusão com a minha conta e apesar da fila preferencial, fiquei 1h30 esperando para nada. Meu problema não foi resolvido, terei que ir em outra agência buscar uma solução”, diz.
Sacar FGTS, pagar contas, receber valores bloqueados e fazer depósitos, foram alguns dos problemas que os clientes ainda enfrentam com a reabertura das agências. Hilton Rodrigues da Silva, 25, acompanhou a esposa no banco, mas decidiu esperar do lado de fora por conta das filas. “Entendo que as agências reabriram recentemente, mas a demora está absurda. Minha esposa já está há mais de uma hora na fila”, conta.
Acordo
Além do acordo válido por dois anos de 8% de reajuste salarial e abono de R$ 3,5 mil, os bancários conquistaram aumento de 15% do vale-alimentação, e 10% no vale-refeição e o auxílio-creche/babá. Para 2017, haverá a correção integral da inflação acumulada, mais 1% de aumento real nos salários e em todos os benefícios. Os bancários conseguiram ainda o abono dos dias parados, e o aumento da licença-paternidade de cinco para 20 dias. A licença, entretanto, vale a partir da definição do benefício fiscal pelo governo.