Montar uma empresa exige preparação, porém nem sempre as pessoas buscam ajuda ou mesmo conhecem estratégias para alavancar os negócios. O gerente regional do Sebrae-SP, Arthur Achoa, em entrevista ao RDtv, afirmou que é necessário levar a cultura empreendedora para pessoas de todas as faixas etárias, inclusive crianças, para melhor preparar os futuros empresários. “Existem módulos (do Sebrae) que são destinados ao ensino fundamental, médio e tem também o módulo direcionado ao ensino superior, faculdade”, diz.
Segundo ele, se a cultura empreendedora estiver presente desde cedo na vida de um indivíduo, ele terá uma “base do que é empreender e o que precisa conhecer pra ter um negócio de sucesso”. O contato com a cultura empreendedora pode evitar que uma empresa feche as portas logo no início. “Temos a taxa alta (de mortalidade das empresas), mas vem caindo bastante. A taxa hoje está um pouco menor de 50% pra cinco anos de atividade. Já foi de 80% e ela vem caindo. Ainda é um valor alto, mas isso já é um grande ganho, houve um avanço e é isso que a gente vem trabalhando”, diz.
Segundo Achoa, para evitar que uma empresa feche as portas é necessário que o empreendedor tenha um planejamento inicial, gostar da área de atuação e se comportar de maneira a fazer o negócio crescer. “Às vezes a gente vê duas empresas do mesmo ramo, uma indo bem com bastante cliente e outra ali lutando pra sobreviver. Tenho certeza que o comportamento do empresário está fazendo diferença, isso para qualquer tamanho de empresa”, aconselha.
Com relação ao comportamento do empreendedor, ele destaca as seguintes dicas: qualidade no produto, bom atendimento, buscar alternativas, melhoria constante e rede de contato. “O Empretec é um programa de Desenvolvimento Comportamental (do Sebrae) que defende que é o comportamento que faz a diferença. Então atitude sem dúvida nenhuma é o grande diferencial de sucesso de uma empresa”, afirma.
Questionado como deve proceder o empreendedor que percebe que não tem vocação para o negócio escolhido, o gerente orienta a busca por orientação empresarial. “Essa questão comportamental é fundamental, assim como a diferença do comportamento do empresário frente ao negócio. Vale para todo mundo”.
Arthur Achoa também alerta os profissionais que de certa maneira têm que administrar um determinado espaço, local onde prestam seus serviços, como é o caso de dentistas, médicos e advogados que possuem consultório ou escritório. “Um consultório odontológico é uma pequena empresa, um escritório de advocacia, engenharia, a mesma coisa. E a gente não sai preparado da faculdade para isso”, diz.
Recessão
Para Achoa, a cultura empreendedora deve ser amplamente disseminada, ele também destaca que há considerável crescimento de empreendedores no País. “Em um momento de recessão como esse a gente percebe isso, que há um aumento de demanda na procura pelo Sebrae para aquelas pessoas que estão hoje sem emprego e procuram empreender ou criar um pequeno negócio com uma fonte de renda”. Um dos principais suportes do Sebrae é com relação ao plano de negócios, fundamental para a abertura de uma empresa.