Moradores de Santo André começaram a receber nesta sexta-feira (30) ligações de telemarketing com críticas ao candidato a prefeito Aidan Ravin (PSB). A gravação cita o escândalo de corrupção no Semasa e no final questiona se o eleitor, mesmo diante das acusações, votará no ex-prefeito.
Eleitores também receberam a mensagem neste sábado (1º), véspera da eleição. Quem possui identificador de chamadas visualiza que a origem da ligação é do número 3042-1649 ou 4118-0149.
Em nota, Aidan Ravin disse que “mais uma vez”, está “sendo vítima de um jogo sujo” e disse acreditar que as ligações não influenciarão o voto do eleitor. “Estou confiante que desta vez estas mentiras e calúnias não prosperarão porque os andreenses estão cientes que não passa de uma estratégia para tentar desestabilizar a nossa campanha limpa, coerente e de respeito ao cidadão”.
O ex-prefeito também lembrou das ligações realizadas na última eleição. “Mais uma vez os adversários utilizam de mentira com o objetivo de desestabilizar uma campanha limpa. Como aconteceu em 2012 e em várias passagens neste ano, eles tentam enganar o eleitor com mentiras, falsas informações e difamando nossa candidatura”, avalia Aidan.
Repetição
Em 2012, um caso semelhante agitou a campanha em Santo André, às vésperas da eleição. Moradores receberam ligações de madrugada com uma mensagem gravada de Aidan pedindo voto. O áudio foi retirado de uma entrevista concedida pelo então prefeito e candidato à reeleição.
Aidan acusou o PT de ser o responsável pelas ligações, que teriam sido disparadas de madrugada justamente para irritar os eleitores e prejudicar sua candidatura. Até hoje, o ex-prefeito diz que esse telemarketing foi uma das razões para sua derrota naquela eleição.
Em abril de 2016, o Ministério Público encerrou suas investigações sobre o caso e concluiu que o Partido dos Trabalhadores foi o responsável pelas ligações, que acabaram beneficiando o então candidato Carlos Grana (PT). O promotor Roberto Wider Filho considerou haver provas suficientes e recomendou à Justiça Eleitoral que Grana e sua vice, Oswana Fameli (PMB), tivessem os diplomas cassados.
Poucos dias depois do parecer do MP, ainda em abril, o juiz eleitoral Márcio Bonetti se posicionou sobre o caso. O magistrado discordou do Ministério Público e julgou improcedente a ação, alegando que não havia provas suficientes que justificassem a punição de Grana e Oswana.
Em setembro, o Tribunal Regional Eleitoral também julgou improcedente a ação de Aidan e considerou que não há provas suficientes para concluir que o PT tenha sido responsável pela ligações.