Anunciados com pompa e circunstância há quase três anos, os recursos federais do PAC Mobilidade prometidos para a região viraram obras de ficção. As verbas viriam a calhar para as prefeituras, que estão sem condições financeiras para tocar obras. Mas, ao que tudo indica, o repasse não vai ocorrer tão cedo.
Dois fatores combinados pesaram para que a expectativa gerada pelo anúncio feito pela presidente Dilma em agosto de 2013 virasse frustração. Em primeiro lugar, a inexplicável burocracia que atrasou o andamento da liberação dos recursos. Meses de reuniões e vai e vem de documentos arrastaram o processo.
Não bastasse isso, veio depois o maior dos entraves: a crise econômica, que fez secar a torneira da União. Se os trâmites burocráticos não fossem tantos, as chances de o dinheiro ser liberado antes de a crise se agravar seriam maiores.
Por mais moroso que tenha sido o processo, o ABC, através do Consórcio Intermunicipal, conseguiu fazer sua parte e cumpriu todas as etapas técnicas exigidas pela Caixa e pelo Ministério das Cidades. Falta agora somente o principal: a verba chegar.
A expectativa, no entanto, não é das mais animadoras. O governo Temer calcula em R$ 139 bilhões o rombo das contas públicas para 2017, o que significa que o cinto das finanças federais continuará apertado.
A cobrança dos recursos, que já dura três anos, tem que ser um dos principais objetivos dos novos prefeitos – ou prefeitos reeleitos -, que tomarão posse na região em janeiro do ano que vem. Já passou da hora de a promessa virar realidade.