ABC - domingo , 6 de outubro de 2024

‘Aedes aegypti’ transgênico será solto no centro de Piracicaba

A partir de julho deste ano, milhares de Aedes aegypti transgênicos começam a ser soltos na região central de Piracicaba, no interior de São Paulo. Contrato assinado nesta terça-feira, 31, entre a empresa Oxitec e a prefeitural local prevê a expansão do uso do mosquito geneticamente modificado no combate a doenças como a dengue, chikungunya e febre zika, transmitidas pelo Aedes selvagem, ao centro e dez bairros do entorno, onde vivem 65 mil pessoas.

A prefeitura decidiu investir R$ 3,7 milhões na ampliação do projeto depois de constatar que o número de casos de dengue caiu de 133 para 7 no bairro Cecap/Eldorado, onde o projeto piloto foi iniciado, em abril do ano passado. A população de larvas viáveis, capazes de se tornarem transmissores, caiu 82% na região. A nova fase prevê ainda a continuação do projeto nesse bairro da periferia.

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Para dar conta de abastecer as novas regiões, a empresa detentora da tecnologia, anunciou a construção de uma “fábrica” do Aedes transgênico em Piracicaba. A unidade terá capacidade para 60 milhões de espécimes por semana, suficientes para atender 1,5 milhão de pessoas. A produção deve começar ainda este ano. De acordo com Glen Slade, diretor da Oxitec do Brasil, empresa prevê a expansão do serviço, já que outros municípios estão interessados na tecnologia.

O prefeito de Piracicaba, Gabriel Ferrato (PSB), acredita que a extensão do projeto vai ajudar a cidade a controlar um grave problema de saúde pública. “Nossa cidade se torna a primeira no mundo a ter um projeto desse porte para combater a dengue e outras doenças.”

O trabalho começa na próxima semana, quando agentes da Oxitec e da prefeitura irão montar um estande com o mosquito na área central e mostrar aos moradores que o mosquito transgênico é inofensivo. “Vamos tirar dúvidas, demonstrar que nossos mosquitos não picam as pessoas”, disse Guilherme Trivellato, gerente do projeto. Além do centro, o projeto será estendido a onze bairros do entorno, entre eles São Judas – o primeiro a receber o mosquito, Cidade Alta, Cidade Jardim, Nhô Quim, Nova Piracicaba, Parque da Rua do Porto e Vila Rezende.

Os mosquitos que serão soltos são apenas os machos, que não picam e não transmitem a doença. Ao serem liberados, eles vão em busca das fêmeas selvagens e acasalam, mas a prole herda um gene autolimitante que faz com que os mosquitos morram antes de atingir a idade reprodutiva. Os descendentes herdam um marcador fluorescente que permite que sejam rastreados e identificados em laboratório, possibilitando a avaliação do programa.

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