Maldivas: Polícia interrompe protesto em prol da liberdade de imprensa

A polícia das Maldivas usou spray de pimenta neste domingo para dispersar um protesto de jornalistas e ativistas que acusam o governo de sufocar a liberdade de imprensa. Um total de 19 jornalistas foram presos na operação.

As Maldivas, um arquipélago asiático conhecido principalmente por seus resorts luxuosos, tornou-se uma democracia multipartidária em 2008, após décadas de leis autocráticas. No entanto, os ganhos democráticos foram erodindo rapidamente nos últimos anos.

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Cerca de 50 manifestantes se reuniram perto do escritório do presidente para criticar as recentes medidas do governo para criminalizar a difamação, bem como outras ações supostamente tomadas contra a mídia. O partido do presidente Yameen Abdul Gayoom apresentou no Parlamento uma lei que propõe multas pesadas e prisão por difamação.

Os manifestantes também acusam o governo de ter influenciado na decisão judicial que suspendeu a publicação do jornal mais antigo das Maldivas. Outras questões levantadas durante o protesto incluem atrasos na investigação do desaparecimento de um jornalista, há dois anos, e algumas organizações de mídia sendo barradas nos tribunais.

A polícia disse em um comunicado que o protesto foi dispersado porque os
manifestantes se reuniram em uma zona protegida perto do escritório do presidente e escalaram as barricadas. Conforme a nota, 19 jornalistas foram presos, sete mulheres e 12 homens. A polícia afirmou, ainda, que usou força mínima para interromper a manifestação, mas não informou como foi a operação. O porta-voz do governo Ibrahim Hussain Shihab disse que a polícia usou spray de pimenta nos manifestantes.

A polícia também confirmou, pela primeira vez, que Ahmed Rilwan, o jornalista desaparecido em 2014, foi raptado. Ele trabalhava para uma website pró oposição no momento de seu desaparecimento. A polícia disse que um vídeo de uma câmera de segurança mostrou um homem identificado como membro de um grupo criminoso seguindo Rilwan quando ele voltava para casa do trabalho. O motivo do rapto não está claro.
Fonte: Associated Press

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