Para deputado tucano, oitivas à comissão do impeachment beneficiam governo

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) avaliou como “pró-governo” a decisão de realizar quatro oitivas antes da apresentação da defesa da presidente Dilma Rousseff na comissão especial do impeachment. O requerimento, defendido por Sampaio e membros da oposição, foi questionado por governistas e aliados, que defendiam que os depoimentos deveriam ser realizados apenas a partir da semana que vem, quando termina o prazo de dez sessões em plenário que Dilma possui para prestar esclarecimentos ao colegiado.

Para Sampaio, o objetivo de realizar as oitivas antes da apresentação da defesa de Dilma ocorre para evitar que a presidente “realize sua defesa mais de uma vez”. Segundo ele, esta semana o foco é prestar esclarecimentos somente sobre a denúncia, que poderá ser acolhida pelo colegiado ou não. “Eu acredito que houve um condescendência positiva do relator da comissão especial, porque a decisão amplia o direito de defesa”, afirmou.

Newsletter RD

Ele considerou ainda que “há defesa abundante no processo”. Questionado se as oitivas podem abrir precedentes para judicialização, ele disse não estar preocupado, considerando “nula a chance do Supremo Tribunal Federal (STF) ampliar o prazo de defesa. “Os autores do processo de impeachment já foram ouvidos anteriormente, mas representantes do governo não tiveram a chance de se posicionar sobre o tema.”

Pelo cronograma apresentado, nesta quarta-feira, 30, poderão ser ouvidos dois dos três autores do pedido de impeachment com base nas “pedaladas fiscais”, os juristas Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal. No dia seguinte, os convidados são o atual ministro da Fazenda e ex-titular do Planejamento, Nelson Barbosa (Fazenda), e o professor de Direito Tributário da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Ricardo Lodi Ribeiro.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes