ABC - terça-feira , 14 de maio de 2024

Para especialistas, Telefônica terá de optar entre Vivo e TIM

A negociação entre Telefónica e Telecom Italia, anunciada no sábado passado, põe em xeque o futuro da maior operadora móvel do País, a Vivo. Hoje, o controle da empresa, que detém 28,42% do mercado brasileiro de celulares, é divido entre a Telefónica e a Portugal Telecom. O ponto de discussão é que, com a compra da companhia italiana, a Telefónica passa a deter também o controle da TIM, segunda maior, com 25,77% do setor. O que configuraria uma elevada concentração do mercado de celulares.

Junta-se a isso o fato de a legislação brasileira proibir que um mesmo grupo esteja no comando de duas teles concorrentes. ?A grande implicação desse negócio no Brasil é o futuro da Vivo?, afirma um ex-executivo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que prefere não se identificar. Entre as especulações do que pode ocorrer com a maior operadora de telefonia fixa do País é a Telefónica vender sua participação para a Portugal Telecom, que hoje detém 50% das ações da empresa, e ficar apenas com a TIM. ?Essa é a saída mais natural para o embate?, afirmou o executivo.

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Segundo ele, nesse caso, a companhia portuguesa teria um ambiente amplamente favorável à negociação, já que hoje não teria grandes grupos interessados em dividir o controle da operadora. A empresa com maior potencial seria a européia Vodafone, que há anos ensaia uma entrada no mercado brasileiro. De qualquer forma, afirmam analistas, ela não ia querer entrar em parceria numa empresa de celular.

Outra possibilidade seria a Telefónica comprar a participação da Portugal Telecom na Vivo, ficar com a infra-estrutura e clientes da empresa, devolver a licença à Anatel e transformar tudo em TIM. Foi o que ocorreu com a Claro e BCP em 2003, destacou o ex-diretor. Nesse caso, no entanto, o mercado brasileiro de telefonia celular ficaria reduzido a duas operadoras de alcance nacional: a Telefónica e a Claro, que pertence à empresa mexicana Telmex, do empresário Carlos Slim. A Claro é a terceira maior empresa em número de clientes no Brasil, com 24,09% do mercado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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