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A Casa da Palavra, localizada na praça do Carmo, no Centro de Santo André, completa 15 anos de existência em setembro. Inaugurado em 1992, o espaço é dedicado a debates e expressões ligadas à literatura e pensamento. Para comemorar a data, foi preparada uma programação espacial durante todo o mês de setembro.
“Muita gente não conhece o papel da Casa da Palavra. Sempre tem aqueles que nos procuram achando aqui é um local de orações”, conta a coordenadora da Casa e da Escola Livre de Literatura, Ruth Braito Alvin. Ela explica que o local é dedicado aos temas que envolvem literatura e filosofia, por isso ganhou o nome de Casa da Palavra.
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A programação regular conta com diversos programas, como os semanais Piano e Poesia ao Meio-dia, onde poemas e poesias são lidos e apresentados ao público ao som de piano, e o Cinema, Varanda e Café, que utiliza um filme como suporte para discussões literárias, acompanhado por um café na varanda. Já o Hip Hop de Mesa é realizado bimestralmente e permite que as músicas vindas das pick up (mesa de som) se unam ao samba, apresentações espontâneas de break e debates.
Há ainda os programas recém-criados, como o Livro na Roda e Um Conto na Casa. “O Livro na Roda é um programa reservado para o lançamento de livros, de novos autores, leitura de lançamentos e autógrafos”, explica Ruth. O programa Um Conto na Casa é dedicado aos alunos de escolas da região, que poderão visitar o espaço e participar de uma contação de histórias. As visitas devem ser agendadas com antecedência.
Além de ambientes para discussões, a casa conta com uma sala de livros, jardim de inverno, salão nobre e laboratório de inclusão digital, que contém 12 computadores que podem ser utilizados pela população gratuitamente, de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, exceto terça-feira, que só funciona até 12h.
A Casa da Palavra recebe uma média de 1,7 mil pessoas por mês. De acordo com a coordenadora, o público que participa das atividades é diversificado. “Há pessoas de todas as idades e de diversos níveis sociais. Temos pessoas formadas, desempregadas, donas de casa, idosos, crianças e até moradores de rua. As portas estão sempre abertas para quem quiser entrar.”
O espaço busca ainda valorizar os trabalhos de escritores, poetas e poetisas da cidade e da região, como Zhô Bertholini, Tarso de Melo, Rodrigo Petrônio, Hidelbrando Pafundi e Jurema Barreto de Souza.
“Com o crescimento do número de editoras e trabalhos como este feito pela Casa, a aceitação das pessoas com relação à literatura tem aumentado. Quando elas entram em contato com a filosofia, com poemas e contos, elas passam a perceber o mundo de uma outra forma”, finaliza.
Escola Livre de Literatura
A Casa da Palavra abriga ainda a ELL (Escola Livre de Literatura), que tem como objetivo promover as ciências humanas, a pesquisa e a produção literária, desde a expressão oral e suas manifestações correntes, até debates sobre referências filosóficas e estéticas. “As aulas não seguem um padrão acadêmico, é livre, é experimental”, explica Ruth Braito Alvin.
Além das aulas, a Escola promove quinzenalmente os Seminários Avançados sobre a Prosa do Século XX, que tem um público médio de 56 pessoas por encontro.
Prédio é tombado pelo patrimônio histórico
O imóvel onde está instalada a Casa da Palavra foi construído no fim da década de 20 e se manteve como residência da família Queiroz dos Santos até 1938. A partir de então, ela foi arrendada pela prefeitura de Santo André e se tornou a Escola Profissional Mixta Secundária e a Seção de Puericultura.
Dez anos mais tarde foi instalado no prédio o Serviço de Assistência Médico-Hospitalar e Pronto-Socorro. Assim se manteve até 1952, quando se tornou o gabinete do prefeito. Com a construção do Paço Municipal em 1968, o gabinete saiu da praça do Carmo.
Até a inauguração da Casa da Palavra, em 6 de setembro de 1992, ainda passaram pelo local a Junta do Serviço Militar, União Cívica e Prossan.
O imóvel está tombado e protegido pelo Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André) desde 11 de novembro de 1992. (Colaborou Aline Bosio)
Programação
Sábado (1º)
A Palavra-Banca: O Camelô, na Casa da D. Paulina (Casa da Palavra) – Espetáculo com o ator Rui Padoim, que usa a comédia para contar fatos pitorescos da história da antiga moradia de D. Paulina Isabel de Queirós.
Dia 13, às 19h30
A Palavra em Foco – Coquetel de abertura da exposição de fotos de Cecília Bedeschi e leitura de poemas de integrantes do Núcleo Oralidade Poética da Escola Livre de Literatura.
Dia 15, às 10h30
Palavra em Cima do Muro – Grafitagem do muro dos fundos da Casa da Palavra.
Dia 20, às 19h
Palavra na Tela – Exibição dos filmes Friedrich Schiller – A Aventura da Liberdade, com direção de Otto e Winifred König, e Os Homens Livros: Claude Simon, do diretor Jérôme Prieur.
Dia 25, às 19h
Café Diversidade – Exibição do filme Com Beijo na Boca, de Ana Cristina Silva e Gabriel Nascimento, que aborda temas como racismo, machismo e homofobia.
Dia 21, às 21h
Clube do Balanço – Show do grupo de samba-rock Clube do Balanço, na Concha Acústica da praça do Carmo (em frente à Casa da Palavra).
Dia 22, das 10h às 19h
Feira Livre do Vinil & Feira do Sebo
Dia 28, às 20h
Kléber Albuquerque & Mini-Orkestra de Polka Punk – Apresentação de Sambas Transgênicos & Canções de Desvio, show que utiliza instrumentos inusitados como serrote, copos de cristal e caixas de papelão.
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