Pedagogo da USCS é favorável às mudanças na educação

Professores e estudantes protestam contra possibilidade de escola fechar, mas para Miranda, isso não vai ocorrer (Foto: Pedro Diogo)

A discussão do momento é a reorganização escolar promovida pelo governo do Estado e que pode culminar no fechamento de 17 escolas públicas estaduais no ABC. Na contramão dos críticos, Nonato Assis de Miranda, gestor do curso de Pedagogia da Universidade de São Caetano do Sul (USCS), afirma ser favorável às mudanças por acreditar que a divisão por faixa etária permitirá um trabalho mais focado. O problema é que a Secretaria de Educação não apresentou nenhuma proposta de equipar adequadamente as escolas conforme o nível de idade.

“Pegue uma escola que tenha estudantes com faixas etárias do fundamental I ao ensino médio. São graus de desenvolvimento e maturidade diferentes. Administrar isso é extremamente complexo. Estudos apontam que os resultados são muito melhores quando as turmas são separadas em cada unidade escolar”, afirma Miranda.

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A justificativa é que uma escola especializada no ensino fundamental I, por exemplo, será toda configurada para seu público específico, não só no que diz respeito aos materiais de trabalho propriamente ditos, mas também no que tange as decisões a serem tomadas. “Toda a proposta pedagógica é voltada para aquela faixa de idade”, completa.

Miranda participou do conselho de especialistas que desenvolveu o projeto que o governo estadual vai adotar. Ele contesta a informação de que escolas serão fechadas porque não haveria nenhum documento com essa informação. “Os sindicatos pressupõem ações que não estão definidas ainda. Todas as delegacias de ensino fazem estudos de acordo com suas realidades e necessidades e vão passar isso para a Secretaria de Educação. Não há nada fechado ainda”.

Preocupação

A única preocupação mostrada pelo pedagogo é com relação ao investimento para equipar as escolas conforme o público a ser recebido. Para que as mudanças promovidas tenham eficácia na qualidade do ensinoa, cada unidade educacional, além de professores especializados, deverá passar por readequação, o que ainda não está garantido.

“Aí está uma expectativa grande. É um anseio que todos os educadores têm. Esperamos que sim, mas não vi a Secretaria afirmar que tem uma política para trazer às escolas uma gama de materiais que atendem as necessidades de cada faixa etária. Não dá para garantir que isso ocorra”, diz Miranda, que completa: “Evidentemente, se você reorganiza a possibilidade de isso acontecer é maior. Tenho acompanhado e a promessa é de que, pelo menos, não será tirado dinheiro da educação”.

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