Em meio a dificuldades orçamentárias, a Prefeitura de Santo André pretende intensificar a cobrança de dívidas para reforçar os cofres municipais. De acordo com a administração, a dívida ativa é de aproximadamente R$ 2 bilhões.
“Vamos intensificar as cobranças judiciais. Isso impede a empresa processada de fazer uma série de coisas, como participar de concorrências públicas”, afirma o prefeito Carlos Grana (PT). O objetivo do governo é priorizar a cobrança das maiores dívidas que o município tem a receber.
A crise econômica tem obrigado a Prefeitura de Santo André a cortar custos. A administração não tem pago todos os fornecedores em dia – há dívidas pendentes que chegam a seis meses de atraso.
“Estamos atrasando fornecedores desde que assumi, economizando o almoço para comprar a janta”, afirma Grana. “Temos um desafio de fazer mais com menos. A crise econômica interfere. Você vende menos carro, arrecada menos imposto e bate no ICMS do município. Isso pode levar a protelar alguns projetos”, reconhece.
Sobrou até para o Festival de Inverno de Paranapiacaba, que terá tempo de duração e orçamento menor neste ano. O evento vai durar apenas dois finais de semana e contará com investimento de R$ 500 mil, o menor valor entre todas as 15 edições do evento.
Precatórios
O desafio orçamentário de Santo André se torna ainda mais difícil por causa dos precatórios que a Prefeitura é obrigada a pagar. O total devido pelo município é, de longe, o maior da região: R$ 800 milhões. Mensalmente, 3,87% da receita da cidade é destinada para a quitação destes débitos.
“Isso dá R$ 6 milhões por mês, R$ 72 milhões por ano e R$ 300 milhões em quatro anos. O que não poderia fazer com esse dinheiro?”, questiona o prefeito Carlos Grana. “Nunca nenhum prefeito pagou isso aí”. Assim como aconteceu no ano passado, Santo André deve fechar 2015 com déficit de arrecadação em relação ao previsto no orçamento.