
Cuidados antigos como reforçar as fechaduras, colocar cadeado a mais no portão e evitar que a casa aparente estar vazia, são alguns cuidados recomendados pelas forças de segurança para quem aproveita o Natal e o Ano Novo para viajar. Em parceria com a prefeitura de São Caetano, a Polícia Civil e a Polícia Militar elaboraram uma cartilha com 12 dicas que podem contribuir para evitar que o morador seja surpreendido ao voltar para casa e perceber que a residência foi vítima de criminosos. As dicas valem não apenas para São Caetano, mas para todas as cidades.
A delegada titular do município, Luciara de Cássia Conceição Campos, que participou da elaboração da cartilha, diz que a orientação é simples, impor obstáculos para que os criminosos que furtam casas percebam que é difícil entrar, e assim procurem outro alvo mais fácil. A policial lembra-se de um caso em que deteve um homem que se escondia atrás da aparência de um catador de recicláveis para atacar casas que ficam vazias nesta época do ano. “O rapaz contou que passava na casa que ele desconfiava estar vazia e jogava uma garrafa PET no quintal e voltava dois dias depois. Se a garrafa ainda estivesse lá, era sinal de que não havia ninguém na casa”, explica.
Travas foi o que faltou quando bandidos invadiram um condomínio de São Caetano forçando o portão da garagem em novembro deste ano, num caso de repercussão. Eles fugiram levando carros e bicicletas. Cinco envolvidos foram presos, menores estavam entre eles. A delegada contou que o portão poderia ter travas magnéticas que impediriam a abertura, a fragilidade da portaria foi outro fator que os bandidos perceberam antes de agir. “Eles foram lá e tocaram o interfone para falar com a portaria e ninguém atendeu, logo perceberam que era uma portaria remota, que não havia ninguém olhando, assim eles aproveitaram. Segurança nunca é demais, na minha casa tem muro bem alto, mesmo assim tenho cerca elétrica, é um fator a mais de proteção, como também as câmeras. Quem não pode ter pode usar uma câmera falsa, o bandido não sabe se está gravando ou não, isso já inibe”, orienta Luciara.
Os bandidos especializados em furtos usam várias táticas para ter certeza de que não há ninguém na casa. Eles observam as casas e a rotina da rua. “Por isso os moradores que não viajaram devem ficar atentos a qualquer movimentação, fotografar carros estranhos e pessoas que não são conhecidas”, diz Luciara. Outra situação que era comum antigamente era o contato com os vizinhos. Ter um vizinho de confiança é importante, diz a delegada, principalmente se ele não for viajar e puder ajudar a vigiar sua casa.
Deixar luzes acesas na casa não engana bandido, diz a delegada. Segundo ela, os criminosos sabem muito bem que isso é comum de ser feito e não se importam. “Uma luz que fica acessa noite e dia, chama mais ainda a atenção para uma casa que está vazia”, comenta.
Roubos
Além dos furtos, acontecem também muitos roubos nesta época, crime em que o bandido ameaça a vítima para levar seus pertences, celulares, o carro e outros objetos de valor. Em geral são crimes de oportunidade em que os bandidos se aproveitam da distração da vítima. “É comum as pessoas ficarem mais desligadas, tem gente que vai carregar o carro para viajar e faz isso na rua, anda mais distraída, nessa hora os bandidos agem”.
Saidinha
Ao ser perguntada sobre a chamada “saidinha” de presos dos presídios, que acontece todo o fim de ano e em datas como Dia das Mães e Dia dos Pais, a delegada disse que isso desperta um pouco mais de cautela dos agentes de segurança, mas não é um fator determinante para que ocorram mais crimes. Os crimes, segundo ela, acontecem mais nessa época justamente porque as pessoas estão mais vulneráveis. “As pessoas estão mais nas ruas, fazendo compras, em festas e isso as deixa mais distraídas”, explica. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, cerca de 38 mil presos do regime semiaberto terão saída autorizada entre 23/12 e 03/01.
A preocupação maior nesta época é, além dos furtos a residência que crescem bastante, também com a embriaguez ao volante, esse último o que realmente estoura em número de casos nesta época. “Por isso que fazemos um trabalho educativo e preventivo com as forças de segurança de São Caetano”, completa Luciara de Cássia Conceição Campos.