ABC - segunda-feira , 13 de maio de 2024

Queiroga admite, na CPI, falta de comprovação sobre cloroquina

Declaração foi dada logo na fala inicial do ministro aos senadores, antes do interrogatório do relator, Renan Calheiros (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

No segundo depoimento à CPI da Covid, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reconheceu não haver evidência científica de que a hidroxicloroquina e a ivermectina funcionem para tratar a covid-19. A declaração foi dada logo na fala inicial do ministro aos senadores, antes do interrogatório do relator, Renan Calheiros (MBD-AL). Na primeira oitiva, Queiroga irritou os integrantes da CPI ao não dizer o que pensava sobre o uso desses medicamentos em pacientes infectados pelo novo coronavírus.

Apesar da declaração, Queiroga citou médicos que estão na “linha de frente” e “relatam casos de sucesso com esses tratamentos”. O presidente Jair Bolsonaro é entusiasta do uso de medicamentos que não são recomendados para pacientes com covid-19.

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Segundo Queiroga, a discussão sobre o tratamento precoce contra covid-19 tem gerado “forte divisão na classe médica”. “De um lado, aqueles, como eu, que sou mais vinculado a sociedades científicas. Do outro lado, médicos assistenciais que estão na linha de frente e relatam casos de sucesso com esses tratamentos. Eles discutem de maneira calorosa, e cabe a mim harmonizar esse contexto para termos condição mais pacífica na classe médica”, afirmou Queiroga.

O ministro disse também que essa discussão calorosa em nada contribui para pôr fim à pandemia do novo coronavírus. “O que vai pôr fim é ampliar a campanha de vacinação. Meu foco é exclusivo, ampliar a campanha de vacinação”, declarou Queiroga.

O ministro da Saúde ainda afirmou que o debate sobre o tratamento da covid está em instância técnica, com a elaboração de um protocolo pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). “Dei solução que existe na legislação, é da Conitec a prerrogativa de elaborar protocolos clínicos”, disse ele. “Consulta pública pode trazer consenso sobre tratamento hospitalar. Tratamento não é matéria legislativa, entendo que cabe à Conitec”, afirmou.

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