ABC - terça-feira , 30 de abril de 2024

Polícia procura caminhoneiro envolvido em acidente fatal em Diadema

Gabriel Cardoso Garcia, morreu em dezembro após acidente de trânsito em Diadema. (Foto: Rede Social)

Quatro meses depois da morte de Gabriel Cardoso Garcia, de 21 anos, o motorista de caminhão envolvido no acidente fatal de trânsito ainda não foi localizado. O jovem faleceu na madrugada do dia 26 de dezembro de 2020 em uma colisão entre a moto que pilotava e um caminhão, na avenida Dr. Ulisses Guimarães, na Vila Conceição, em Diadema. O caminhoneiro não parou para prestar socorro e a polícia tenta identificar o veículo e o condutor.

Familiares e amigos do jovem já fizeram atos e têm cobrado providências das autoridades. A mãe Eliene Cardoso, disse que não tem retorno da polícia sobre a apuração. Ela conta que conseguiu algumas imagens da via na data e forneceu à polícia. “Não é possível não localizar o caminhão, eles têm rastreadores, é só verificar a rota que eles fazem. Um funcionário da empresa de transporte entrou em contato com a gente, e deu as informações da empresa dona do caminhão. Eu passei para a polícia, mas até agora nada”, disse Eliene.

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O delegado Nelson Canelói Júnior, titular do 1° Distrito Policial de Diadema, que investiga o caso, disse que fez de tudo para elucidar o ocorrido, mas a falta de imagens que identifiquem exatamente o caminhão é que impossibilitam a apuração da responsabilidade de quem deixou o local do acidente. “Ela – a mãe – vem aqui sempre, eu entendo a situação dela, a gente até se comove, mas foi um acidente ocorrido na madrugada, num local escuro, e as poucas imagens de câmeras da vizinhança não identificam o caminhão. Eu tentei várias câmeras, a melhor foi a do CDP (Centro de Detenção Provisória) que fica perto, mas não dá para identificar o caminhão”, comentou o delegado.

Sobre a informação que Eliene passou para a polícia baseada na denúncia anônima, o delegado disse que ela também foi checada. “Nós fomos na empresa, que fica na Moóca, em São Paulo, pegamos o caminhão que teria passado por lá naquela noite, fizemos a perícia e nada foi constatado, mesmo se o caminhão tivesse alguma marca que tivesse sido concertada a perícia teria identificado, mas não deu resultado positivo. Nós ouvimos todos os amigos dele que o acompanhavam naquela noite, mas não deu em nada que pudesse identificar o caminhão ou o motorista. Eu relatei esse inquérito e agora está no Fórum, fica para o Ministério Público se achar por bem pedir mais diligências, mas fizemos tudo”, disse o policial.

A polícia ouviu vizinhos do local, a empresa de resíduos sólidos cujos caminhões costumam passar pela avenida Dr. Ulisses Guimarães (Foto: arquivo)

Eliene diz que planeja fazer um novo ato de protesto na cidade como um pedido de justiça pela morte do seu único filho. “Esses caminhões passam por aqui em altíssima velocidade, eles vão matar mais, e não é possível que nem a polícia nem a prefeitura tomem uma providência, não tem um radar, uma câmera, nem os semáforos funcionam de noite na avenida, mas eu não vou desistir, se preciso vou até Brasília”, disse a mãe desesperada que lamenta por não ter como pagar um advogado para acompanhar o caso. Ela disse que tenta, mas não consegue um advogado do Estado. “Eu perdi tudo que eu tinha”, finaliza a mãe entre lágrimas.

O relatório policial, que está com o Ministério Público, aponta que a polícia ouviu vizinhos do local, a empresa de resíduos sólidos cujos caminhões costumam passar pela avenida Dr. Ulisses Guimarães, e pelo menos dois motoristas que teriam trabalhado naquela noite e ambos relataram que não tiveram problemas no trajeto. O relatório também apontou que foi realizada a perícia em um dos caminhões, e que os peritos constataram vários danos “entretanto, diante do lapso temporal entre o suposto acidente e a realização do exame não foi possível relacionar esses danos com algum tipo de acidente que tenha ocorrido em dezembro”.

Em despacho proferido nesta quinta-feira (06/05) a promotora Andrea Maria Coelho Berti Rollo requereu o arquivamento do inquérito policial. “As demais diligências efetivadas pela autoridade policial não foram capazes de identificar a autoria delitiva ou mesmo testemunhas presenciais dos fatos, igualmente não sendo frutífera a diligência para a colheita de imagens das câmeras de segurança instaladas no local dos fatos que tivessem captado o exato momento dos fatos…o exame pericial realizado no caminhão não apresentou resultado positivo … Pelo exposto, requeiro que seja determinado o arquivamento destes autos de inquérito policial”, despachou a representante do Ministério Público.

Canelói Júnior acredita que uma forma de chegar até o motorista que abandonou o local do acidente sem prestar socorro à vitima, é através de denúncia anônima. As denúncias podem ser feitas para o telefone do Disque Denúncia, o 181, e não é preciso se identificar.

Veja a íntegra do MP sobre o caso:

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