O mês das mulheres termina com alerta para o diagnóstico precoce da endometriose, doença que atinge cerca de 15% das mulheres, segundo Rogério Felizi, ginecologista do Núcleo de Endometriose do Hospital Brasil da Rede D’Or São Luiz, que falou em entrevista ao RDtv sobre as causas e tratamento.
A doença é causada pelo tecido que cobre o interior do útero, chamado de endométrio, e que, ao sair da cavidade uterina e se implantar em outros tecidos do abdômen causa a endometriose. “Normalmente a mulher tem muita dor. É comum meninas jovens com cólicas muito intensas que já são consideradas passiveis de risco da doença”, explica o ginecologista.
O médico explica, ainda, que a demora para o diagnóstico afeta no tratamento, que é realizado com o auxílio de hormônios. “O tempo médio do diagnóstico demora até 12 anos com a mulher passando dor, é importante frisar que qualquer mulher que tenha cólica menstrual intensa precisa procurar uma avaliação medica e iniciar o tratamento o quanto antes”, salienta.
Uma das causas para o desenvolvimento da doença está ligada ao fluxo de menstruação das mulheres, de acordo com Felizi. “Existem varias discussões sobre o que pode acarretar, a explicação mais aceita é a das células endometriais, que migram para a cavidade abdominal pelas tubas uterinas, chamamos de menstruação retrograda, o tecido migra através das tubas e caem dentro da cavidade abdominal e vão se implantando. Hoje em dia as mulheres engravidam menos do que antigamente então elas acabam menstruando mais vezes e isso aumenta as chances de desenvolverem a doença”.
Quanto aos sintomas, Rogério informa que mulheres que estão na fase reprodutiva, que vai do inicio da reprodução até a menopausa, devem ficar atentas aos sinais. “A mulher que começou a ter cólicas menstruais intensas, a cólica deixa de ser normal quando ela não melhora com o uso de analgésicos e quando essa cólica passa a piorar mês a mês, tem dor durante a relação sexual, ou se tem dificuldade para engravidar, precisam ser investigadas, pois os sintomas podem estar ligados a doença”, informa.
Já para os cuidados e evitar a inflamação, a alimentação não é deixada de lado, e alimentos como carne vermelha, leite, farinha branca e açúcar, estão no topo da lista para serem evitados, de acordo com o ginecologista. “Hábitos saudáveis, diminuição dos alimentos citados tem ocasionado melhoras, atividades física, isso e fundamental, para toda a saúde. Tem pessoas que ingerem esses alimentos, ficam com o abdômen inchado, cheio de gases, o ideal é evitar ao máximo, tentar substituir a carne vermelha por uma carne branca, que são menos irritativos, pode comer uma duas vezes por semana, mas as mulheres com endometriose sentem um maior desconforto”, completa.