Com 20 dias no cargo de secretário executivo do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Acácio Miranda teve que lidar com a polêmica na gratuidade para idosos no transporte público, reabertura gradual das escolas e o início da vacinação contra o covid-19. Ao RDtv nesta quarta-feira (20/01), o executivo relatou que o próximo objetivo da entidade regional é pedir ao Governo do Estado mais leitos para os infectados pelo novo coronavírus e uma base sobre a divisão do lote de vacinas enviadas para a região.
A busca por novos leitos, principalmente de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), ocorre poucos momentos após a divulgação da informação de que Mauá não conta mais com unidades disponíveis no Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini, que também atende os moradores de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
Além disso, a entidade já conta com a expectativa de regressão da região no Plano São Paulo deixando a fase amarela (fase 3) e retornando para a fase laranja (fase 2) ou vermelha (fase 1), o que colocaria mais restrições na circulação de pessoas, na tentativa de frear o número de casos e óbitos que subiu após o período das festividades de final de ano.
Outra conversa que será feita junto ao comando do Palácio dos Bandeirantes é sobre a divisão das vacinas coronavac (Instituto Butantan/Sinovac). A região recebeu um pouco mais de 39 mil doses, fato que acabou decepcionando os prefeitos, mas uma das reclamações está na forma da divisão que foi pela proporção populacional.
“Os prefeitos, em assembleia, entenderam por questionar essa métrica. Alguns prefeitos acabaram prejudicados, verdade seja dita. Queremos questionar a métrica, queremos saber qual foi a base para que isso fosse feito”, disse Acácio sem revelar quais gestores fizeram tal reclamação, apesar de afirmar que os questionamentos foram decididos de forma unanime.
As cidades aguardam como se dará o processo de divisão do próximo lote. O Instituto Butantan entrou com um novo pedido de uso emergencial da coronavac. O segundo lote é de 4,8 milhões de doses e novamente será dividido conforme a proporção da população para todos os estados, mas a princípio ninguém sabe se o ABC receberá a mesma quantidade, o que poderia adiantar o processo de segunda dose para o grupo que já foi imunizado com o primeiro lote.
Toda essa situação acaba caindo exatamente na principal polêmica deste primeiro mês dos gestores da região, a retomada das aulas presenciais. Diferente do Estado, o ABC definiu que a retomada gradual dos alunos nas escolas publicas e particulares dependerá do andamento da vacinação e dos números de infectados.
No caso do governador João Doria (PSDB), a ideia é emplacar o retorno gradual independente dos dados e das fases em que os municípios estarão no início de fevereiro, quando a Secretaria Estadual de Educação autorizou a retomada para evitar novos prejuízos aos alunos que estão estudando virtualmente desde março do ano passado.