Os hemocentros da região estão com estoque mínimo de sangue com fator RH negativo, motivado principalmente pela pandemia do novo coronavírus (covid-19), condição que afastou os novos doadores para a reposição. A necessidade em questão visa, atender, sobretudo, as cirurgias de caráter eletivo, além de contribuir para o estoque de sangue na região. Em entrevista ao RDtv, o médico hematologista, Toebaldo Antonio de Carvalho fala sobre a importância da doação.
Segundo o médico, no momento em que o mundo passa por um estado crítico por conta do coronavírus, os responsáveis e colaboradores dos hemocentros fazem trabalho minucioso de captação de novos doadores de sangue. “Foi um conjunto de fatores que desencadeou uma reação de queda na arrecadação de sangue. Apesar disso, as demandas de urgência não param e precisamos de um estoque cheio para dar conta de traumatismos, cirurgias e emergências”, explica.
Para se ter ideia, até o ano passado, a média mensal de pessoas que buscavam os hemocentros do ABC girava em torno de 7 mil doadores, enquanto esse ano, o número caiu para 5.600, baixa de 20% na procura. A meta de coleta diária no Hospital Mário Covas, em Santo André, e do Hemocentro, em São Bernardo, que era de 80 bolsas, caiu para pouco mais de 50, segundo o Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue), órgão responsável por pontos de coleta também em São Caetano.
O que tem mantido o pouco das arrecadações são as campanhas com entidades, igrejas e firmas regionais, que garantem o mínimo para o transfusões e cirurgias eletivas. “Estamos fazendo uma forte campanha com familiares de pacientes internados para conseguir novas doações de sangue. Esse trabalho é o que pouco a pouco vem garantindo as doações que precisamos”, explica.
Quem pode doar?
Podem doar sangue pessoas em boas condições de saúde entre 16 e 69 anos e que pesem mais de 50 quilos. Para fazer a doação é necessário comparecer ao ponto de coleta munido de documento original com foto e há recomendação para evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação.
O médico explica ainda que doadores regulares precisam observar os intervalos entre as doações. No caso do homem, o período mínimo é de 61 dias, e da mulher, 91 dias. “É importante que haja esse intervalo para preservar as boas condições de saúde do doador”, explica ao lembrar que no dia da doação, é importante não estar em jejum. “Ao contrário do exame de sangue, em que a pessoa precisa estar em jejum, na doação de sangue é importante que ela esteja alimentada e tenha feito consumo de líquidos”, completa.
Pessoas com febre, gripe ou resfriado não podem doar temporariamente, assim como grávidas e mulheres no pós-parto. Devido a pandemia do coronavírus, o Ministério da Saúde incluiu critérios de triagem, entre eles o doador proveniente de regiões com transmissão local, fica inapto para doar por 30 dias após retorno destes locais.
O mesmo período deve ser aguardado por candidatos que tiverem contato com pacientes suspeitos ou diagnosticados com Covid-19. Quem testou positivo para a doença, deve aguardar 90 dias após recuperação clínica completa.
Para consultar todos os postos de coleta, acesse: http://www.colsan.org.br/site/doador/locais-para-doacao-de-sangue.html.