Encerra nesta terça-feira (30/6) o prazo para declaração e entrega do Imposto de Renda referente ao ano de 2019. A data final se deu após prolongamento de 60 dias devido a pandemia do novo coronavírus, que implicou no acesso aos documentos necessários para a declaração. Diante disso, o contador e professor do curso de ciências contábeis da Anhanguera, Gerson Pires, explicou em entrevista ao RDtv quais são os erros mais comuns e dicas para a entrega.
Mesmo que com a data prorrogada, Pires ressalta que muitas pessoas ainda não realizaram a entrega, e que isso pode resultar em multa. “Ainda falta alguns milhões de brasileiros. Muita gente acaba entregando na última semana. Quem não entregar até o dia 30 vai ter já de início uma multa de R$ 165. Se tiver ainda imposto para pagar vai pagar mais 1% de juros ao mês pelo atraso no pagamento do imposto”, explica.
A duvida de quem deve declarar os rendimentos ainda é grande entre as pessoas e o professor salientou que além da renda é importante estar atento aos valores dos bens que possui. “Existe alguns parâmetros, o primeiro é ter tido renda tributaria de R$ 28.559 no ano de 2019, quem recebeu mais tem que fazer a declaração. Se você fez investimento em bolsa de valores nem que seja de R$ 100 vai cair na malha fina, precisa entregar. Rendimento com atividade rural acima de R$ 42 mil, bens acima de R$ 300 mil também precisam”.=
Mesmo que o período de entrega seja no dia 30, as pessoas ainda podem retificar documentos e valores após a entrega, mas é importante ressaltar que o tipo de declaração, simplificado e completo, não pode ser alterado. Pires comentou que os valores podem aumentar e se encaixar mais em outra declaração, por isso as despesas principais devem estar na declaração.
“Quem já entregou e tem algo para retificar é importante para que faça todo empenho para entregar até 30 de junho. Na retificação pode retificar algumas coisas, mas não mudar o tipo de declaração, do simplificado e completo. Mesmo que veja que é melhor entregar pelos descontos legais. Mas pode incluir despesas.”
Sobre os principais documentos e valores, o professor ressaltou quais os principais erros. “Os principais são aquelas despesas dedutíveis, saúde, educação, dentista, é importante que tenha o máximo possível dessas informações. Ai você já tem o cálculo do seu imposto o mais correto possível, declare o máximo de bens possíveis que você tem a documentação. Pagamentos efetuados, existe uma multa de 20% do valor se cair na malha fina. É importante que o máximo possível seja declarado”
“Na parte de informativo de bens e direitos muita gente erra nisso. Se o valor do veiculo é de 50 mil e eu dei uma entrada de 10 mil. Muita gente coloca o valor como de 50 mil, mas isso não deve ser feito, todos os bens devem ser declarados pelos valores pagos, se pagou 10 mil o valor é 10 mil no próximo ano se for pago 20 mil ai você tem um veiculo no valor de 20 mil. O valor é sempre o de caixa não o de mercado”, salienta.
A malha fina é um dos medos de quem declara imposto de renda, e Pires ressaltou que 90% das declarações são cruzadas pela Receita Federal. “Atualmente a Receita Federal faz uma conferencia de praticamente tudo, vai cruzar pagamento com tudo, informações dos empregadores”, completa.