O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), não escondeu sua irritação em relação ao comportamento dos governos estadual e federal em relação aos investimentos pedidos pelo município. Logo após a reunião do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, nesta terça-feira (3), em Santo André, o verde teceu críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre a falta de visão sobre o que ocorre com o Hospital Municipal, no bairro Piraporinha.
Nas mãos da Prefeitura desde os anos 1990, quando a Previdência Social permitiu a sua utilização, o equipamento de saúde virou uma dor de cabeça para o município. Sem a titularidade do prédio, o Poder Executivo não conseguiu verba para reformas que integravam o plano de obras da cidade como a nova porta de entrada e a reforma do primeiro andar.
A nova reclamação ocorre com a decisão da União de cobrar R$ 90 mil por uma taxa de ocupação do local. “Fica com o hospital, fica com os pacientes e toma conta de tudo, agora você vai cobrar mais R$ 90 mil. Isso é um absurdo, isso é bizarro, é inacreditável. Eu acho que o Bolsonaro não sabe de um problema tão bizarro como esse, se ele soubesse, da forma que ele é tão fino e carinhoso, no mínimo ele iria chamar o cara da ponta de burro”, afirmou.
A cidade aguarda um posicionamento do Ministério da Saúde sobre o financiamento de R$ 70 milhões para a reforma de um prédio na esquina entre as ruas Oriente Monti e Alda, na região central. O valor já virou pedido no cadastro para obras. R$ 25 milhões serão usados para a reforma, outros R$ 20 milhões para equipamentos e R$ 25 milhões para a instalação do que seria o novo Hospital Municipal. Lauro estima uma possível entrega até 2022, ou seja, para o próximo prefeito.
Bombeiros
Outro ponto de reclamação do prefeito de Diadema sobre a infraestrutura dos órgãos de segurança na cidade. A lista começa pelo fim da contribuição para o Corpo de Bombeiros, algo que virou optativo e que segundo Michels pode causar problemas para a entidade.
“(Haverá prejuízos para) todo mundo, na região. As próximas chuvas, acho que deste ano ainda não, mas do outro ano caso não seja feito nada vai faltar estrutura, é como a Polícia Civil está sucateada na cidade, você pode ver pelas viaturas dos policiais, dos PMs (Policiais Militares). Você percebe que são as mesmas viaturas que estão circulando sempre”, afirmou.
Sobre o combate aos problemas no combate as enchentes, Michels voltou a criticar Bolsonaro. “Enquanto o Bolsonaro viver de Twitter fica complicado. Os municípios estão todos sofrendo. Acho que os políticos desta geração que estão aí, e eu sou da nova geração, mas não fiquei atrás do mundo do Twitter, nem do WhatsApp e nem de Facebook. Chegou a hora de ter o mundo do contato para que possamos ter resposta das coisas que a gente precisa que são coisas simples, eu não estou cobrando nada demais aqui, só os convênios que você consegue licença de Cetesb, licença ambiental, faz a licitação, gasta dinheiro com projeto e aí você vê que está perdendo dinheiro, perdendo tempo, fazendo tudo contrário, porque está tudo pronto”, afirmou.
Sobre os demais entes da segurança, o prefeito considera que se não fosse o fato da Prefeitura ceder seus funcionários para as policias Civil e Militar, além do Judiciário, não haveria qualquer um deles na cidade. Atualmente são 13 servidores cedidos, sendo sete em órgãos de segurança e outros seis no Tribunal de Justiça e na Vara Trabalhista.