Mesmo com a preocupação de integrantes da Frente Regional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher em relação a uma possível queda na prestação dos serviços das casas abrigo da região, o Consórcio Intermunicipal Grande ABC garantiu que os recursos para a manutenção do serviço vão continuar. Desde 2004, 1.100 mulheres receberam auxílio das duas casas.
A preocupação da Frente, levada ao prefeito de São Bernardo e presidente da entidade regional, Orlando Morando (PSDB), nesta terça-feira (10), surgiu após a saída de Diadema do Consórcio, em abril do ano passado, da suspensão dos repasses por parte de São Caetano e a aprovação da saída de Rio Grande da Serra, algo que não foi oficializado.
“Existia essa preocupação, pois as casas abrigo existem desde 2004 e prestam um grande serviço para as mulheres da região que são vítimas de seus algozes. Temos que lembrar que a violência contra a mulher já é considera uma epidemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS)”, disse Cristina Pechtoll, representante da Frente Regional, e que usou os dados da OMS no ano de 2013, quando um relatório apontou que um terço das mulheres do mundo são vítimas de violência física ou sexual.
Com um orçamento anual de R$ 1,5 milhão, as duas casas abrigo (que não são reveladas por questão de segurança) já abrigaram 1.100 mulheres que foram vítimas de algum tipo de violência física, sexual ou de ameaças, desde 2004. Contando os menores que também foram abrigados, o número passa dos 1.800 atendidos.
“Entendemos essa preocupação, mas não haverá corte nos serviços das casas abrigo. Posso garantir isso até o final da minha gestão. Vamos manter esse serviço que tem uma grande importância para a região”, disse Orlando Morando.
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), em maio deste ano 4.780 mulheres sofreram algum tipo de ameaça. 40 foram vítimas de estupro consumado e outras 49 vítimas de estupro são vulneráveis. Dez mulheres perderam a vida e outras 28 sofreram com algum tipo de tentativa de homicídio.
No próximo dia 24, às 19h, a Câmara de São Bernardo vai promover uma audiência pública para tratar sobre o assunto. Juristas, especialistas em segurança pública e ativistas vão debater sobre o assunto.