O que era para ser apenas o anúncio do fim da fila de exames e consultas em São Bernardo acabou também em críticas aos ex-secretários de Saúde do município e ao prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV). Durante o evento realizado nesta segunda-feira (3), no Hospital Anchieta, o chefe do Executivo são-bernardense, Orlando Morando (PSDB), anunciou a nova fase do programa ‘Saúde Prioridade’, tentando acabar com a fila de cirurgias.
Morando iniciou as críticas ao relatar os atendimentos que não eram realizados no Hospital de Clínicas, chegando a afirmar que exista no local um equipamento para o exame de endoscopia que não foi utilizado. Sem citar os nomes dos ex-secretários de Saúde Arthur Chioro e Odete Gialdi, o tucano afirmou que ambos não priorizaram o atendimento das pessoas durante a gestão do ex-prefeito Luiz Marinho (PT).
“O que aconteceu nos últimos anos? Descaso. Não tem outra palavra, descaso. Deixar uma fila de 70 mil pessoas, é um governo que desdenhava do respeito para as pessoas, não tem outra palavra. Não é uma crítica por ser um adversário, mas péssimos secretários da Saúde que passaram. Priorizaram fazer parede do que atender pessoas. A nossa gestão na Saúde para atender as pessoas”, explicou.
Outro ente público que também foi alvo de críticas foi o prefeito diademense, Lauro Michels. “Eu fui visitar a UBS do Taboão, metade da população atendida é de Diadema. Não é uma crítica, é um fato. O paciente anda. E tantos que trazem parentes do Brasil inteiro para ser atendido aqui. Nas divisas vamos priorizar os atendimentos para quem é de São Bernardo, pois se o prefeito vizinho prefere fazer asfalto, é um direito dele, mas eu não posso arcar com verba do paciente dele”, disse Orlando Morando em referência ao programa “Diadema de Cara Nova”.
‘Saúde Prioridade’
Morando anunciou que em 95 dias, o programa ‘Saúde Prioridade’ conseguiu realizar 76 mil atendimentos entre exames e consultas. Neste número, 71 mil são referentes a fila antiga e o 5 mil restantes foram de atendimentos realizados neste ano. A ação foi finalizada 25 dias antes da data fixada pelo governo. Foram gastos cerca de R$ 1,5 milhão, sendo que o investimento disponível era de R$ 2 milhões.
Os próximos passos do governo de São Bernardo é realizar a segunda fase do projeto para acabar com a fila de cirurgias. Ainda não existe uma data para o início da nova ação. Além disso, Morando colocou como meta que novos pedidos de exames e consultas sejam atendidos em até 90 dias, para evitar novas filas gigantes no sistema de saúde.
Outros pontos anunciados foram o início da construção do Hospital de Urgência, que substituirá o PS (Pronto Socorro) Central. O início da obra será no segundo semestre e o prazo de entrega é de 24 meses. Além disso, o prefeito são-bernardense ainda busca fechar os últimos detalhes em torno do Hospital do Imasf (Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo) que será transformado no novo Hospital da Mulher.