Mesmo após o fim do G12 e a recuperação da maioria na Câmara, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), continua sendo alvo de reclamações dos aliados. Durante a sessão desta quinta-feira (29), o líder da “bancada do Água Santa”, Sérgio Ramos da Silva, o Companheiro Sérgio (PPS), afirmou que o grupo ainda não foi chamado pelo governo para qualquer tipo de debate.
“Nós já demonstramos a nossa força. Sabemos da nossa importância. O que acontece é que até agora não fomos chamados para conversar, algo que já deveria acontecer desde janeiro. Mas vamos ver o que vai acontecer”, disse Sérgio quando questionado sobre o fim do G12 e o retorno a base governista.
Mesmo com as reclamações, o popular-socialista deixou claro que o grupo pretende abrir o debate para propostas que a princípio era contrário como o pedido de saída do Consórcio Intermunicipal Grande ABC feito por Michels e que foi rejeitado pela entidade, pois não tinha a autorização do Legislativo. Ainda não se sabe se a proposta será enviada ao Legislativo antes do recesso, na segunda quinzena de julho.
A intenção dos cinco vereadores do PPS/DEM que voltaram a apoiar o governo é ter independência para realizar críticas ao governo quando existir necessidade. Fato que aconteceu nesta quinta, quando os parlamentares criticaram a falta de ações da Prefeitura em relação aos moradores do bairro Sítio Joaninha.
Para o líder de governo, o vereador Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi (PSB), o acordo acontece em torno das votações e não das opiniões em relação ao governo. “Queremos os votos nos projetos do governo, essa é a questão. As críticas são normais, naturais”, disse o socialista.
Enquanto isso, o bloco oposicionista, que caiu de 12 para sete vereadores, não considera que Lauro Michels manterá a maioria durante todo o seu segundo mandato. “O jogo pode virar no futuro. Não vejo capacidade no prefeito de manter esse acordo com um grupo grande de vereadores (14 dos 21). Agora é aguardar para ver o que vai acontecer”, falou Josa Queiroz (PT).
Inclusive, Queiroz já viu a virada de jogo na Câmara na sessão desta quinta. Sem o apoio da maioria para aprovar, em segunda votação, o projeto de lei que exige que o governo envie as minutas de edital de PPPs (Parceria Público-Privadas) junto com a propositura, o petista teve que pedir o adiamento do pleito por 120 dias.