Sem reuniões há quatro semanas, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo (Imasf) virou o tema da sessão da Câmara de São Bernardo nesta quarta-feira (19). Por causa das indefinições em relação a um novo encontro, os vereadores Pery Cartola (PSDB) e Julinho Fuzari (PPS) tiveram uma discussão ríspida em plenário. Manifestantes cobraram trabalho dos membros da CPI.
A sessão começou com os manifestantes cobrando que as reuniões da CPI voltassem, algo que não acontece desde 21 de setembro. Membros da Associação dos Usuários do Imasf também relataram que o hospital AC Camargo não vem fazendo exames em novos pacientes, assim atendendo apenas aqueles que já estavam sendo acompanhados. Os usuários procuraram a autarquia que alegou problema com o aumento do número de pacientes para justificar a questão.
As falas serviram de base para que Pery Cartola cobrasse um posicionamento do presidente da Casa, José Luis Ferrarezi (PT) sobre o assunto, porém o líder do Legislativo afirmou que as decisões sobre ter ou não uma reunião estava nas mãos do presidente da CPI, o vereador José Cloves (PT).
Cloves ficou no plenário cerca de uma hora, conversou com alguns parlamentares, mas prontamente saiu sem dizer qual seria a data para a nova reunião. Nesse meio tempo, Cartola passou a recolher as assinaturas dos vereadores para forçar uma reunião dos membros na quarta-feira (26), logo após a sessão ordinária.
Em meio aos debates, Cartola e Fuzari passaram a discutir de forma ríspida. Chegaram a se encarar, mas não houve qualquer tipo de agressão física e não houve a necessidade da segurança ou dos outros legisladores interferirem no debate mais quente que ocorreu durante o período em que a sessão estava suspensa.
Questionado sobre a CPI, Fuzari – que é relator da Comissão, afirmou que a CPI estava “adiantada”. “Nós aprovamos muitas convocações, muitos convites, estamos muito adiantados. A questão é que chegou o momento de ouvir os convocados e estamos esperando que o presidente (Cloves) chame para que possamos indagar. As pessoas acham que eu posso fazer alguma coisa, mas não posso, pois sou apenas o relator”, explicou o popular-socialista.
Cartola criticou a parada nas reuniões. “Eles (governistas) podem postergar isso até o fim do ano, não tem problema, mas no ano que vem eu recolho as dez assinaturas e faço a CPI novamente, não tem problema. Mas se chegar nesse ponto vai ser pior. Então é melhor resolver tudo neste ano”, afirmou.
A Associação de Usuários do Imasf está estudando uma maneira legal de garantir as reuniões da Comissão. “Vamos ver a melhor maneira, mas enquanto estamos aqui, vamos lutar até o fim, pois queremos nossa saúde de volta”, afirmou a presidente do grupo, Lucia Ramacciotti.