Moradores do Parque Capuava e do Parque João Ramalho, em Santo André, reclamam da falta de água diária nestes bairros. O abastecimento é cortado todos os dias e a água só retorna de madrugada. O problema, segundo os reclamantes é que a pressão não seria forte o suficiente para enher as caixas d’água das casas mais altas.
A dona de casa Maria Felix Andrade de Sousa, do Parque Capuava, conta que a água chega entre quinta e sexta-feira durante a madrugada e ressalta que é preciso levantar da cama para encher baldes e tambores. “Acordo às 5h da manhã para aproveitar que a água da rua chegou, encho todos os tambores que temos em casa e torço para que a água suba até a caixa, porque muitas vezes não tem pressão e a água não sobe”, disse.
Débora Rodrigues, personal trainer que reside no João Ramalho também está indignada com a situação. “Já fui até o Semasa e eles me informaram que o abastecimento é programado e que posso acompanhar pelo site. Também disseram que o Semasa garante que a pressão chega a 10 metros de altura, mas eu moro em sobrado e minha caixa está acima disso. Só que antes da crise hídrica não tínhamos problema algum”, relata.
Segundo as moradoras, a situação está tão precária, que muitos começaram a captar água da chuva para poder lavar quintais, carros e até mesmo roupas. Louças ficam em cima da pia e aguardam uma sobra do pouco que resta para poderem ser lavadas. Banho de chuveiro se tornou luxo e é tomado de caneca e nem sempre todos os dias. As roupas são lavadas a dedo e o que sobra é aproveitado para outros afazeres de casa.
Procurado, o Semasa respondeu que “não implantou rodizio de água. Ocorre que, em julho do ano passado, diante da crise hídrica, a Sabesp passou a enviar para Santo André 1.750 litros de água por segundo. Antes da crise hídrica, esta vazão era de 2.370 litros por segundo, o que foi sendo reduzido até 1.750 litros por segundo”.
Ainda segundo a autarquia “essa vazão é insuficiente para abastecer de maneira equilibrada toda a cidade, mesmo porque ela não é constante, ou seja, há dias em que é ainda menor do que 1.750 litros por segundo, principalmente nos períodos de maior consumo. De madrugada, a vazão que chega a Santo André é normalmente maior. Por isso, a intermitência tem sido constante, atingindo toda a cidade, mas o Semasa faz manobras técnicas para enviar água em pelo menos um período do dia a todas as regiões”.
A nota enviada pela autarquia conclui dizendo que os imóveis das moradoras entrevistadas “podem estar com algum problema pontual que dificulta o seu abastecimento normal. Para checar isso, no entanto, é necessário endereço completo ou número-conta”. (Colaborou Luana Félix)