Dragão Andreense já teme por mais conflitos

A Torcida Uniformizada Dragão Andreense, a Tuda, há 22 anos fiel às cores do EC Santo André, já teme que novas batalhas entre torcidas organizadas de clubes tradicionais resultem em mais vítimas fatais no futebol.

Há 12 anos presidente da Tuda, o andreense de coração Ovídio Simpionato, comanda cerca de 750 sócios cadastrados de sua facção e se orgulha da forma “ordeira” como a antiga torcida do Ramalhão acolhe os visitantes e é recebida nos estádios que já freqüentou pelos mais variados centros do País. “Nunca tivemos problemas graves seja no Maracanã, Olímpico, Arrudão, Ressacada (Florianópolis), Mineirão e outros tantas praças esportivas”, disse Simpionato.

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A morte de segunda-feira (17) do torcedor ponte-pretano Ânderson Ferreira Tomás, 28 anos, o Conde, vítima de violência defronte ao estádio Moisés Lucarelli por parte da Torcida Tricolor Independente/Campinas, enlutou ainda mais o futebol. Muitos não esquecem os jovens que já morreram como Rodrigo Gáspari (1992), Márcio Gasparin (1995), Vágner Augusto (2003) e Marcos Gabriel (2004), além dos últimos três rapazes em questão de poucas horas: Ânder-son, o corintiano Wellington Martins, 24 anos, e o palmei-rense Diogo Lima Borges, 23, morto domingo (16) na estação do Metrô Tatuapé.

Lamentos

“Creio que todos os grupos organizados devem evitar tragédias como essas. Em poucos horas tivemos três mortes de torcedores, conflitos generalizados em jogos repetidos entre Santos x Corinthians, e Palmeiras x Corinthians pelo Brasileiro, e assim onde vamos parar? Esta ?guerra` tem de ter um basta. É preciso consciência de que o futebol vale como lazer, é a paixão do povo e jamais motivos para intrigas, acerto de contas de vândalos, provocações, correrias, pessoas pisoteadas, crianças perdidas, cenas deprimentes, horríveis. O futebol é para trazer alegria, união entre famílias nos estádios e jamais tristezas, mortes”, diz Simpionato.

Longe de instigar violência, Simpionato admite que os líderes das maiores torcidas organizadas precisam “conscientizar” os seus comandados. Além disso, pede um esquema ainda mais eficaz da Polícia Militar “nos trajetos para os estádios e metrôs” para conter a fúria dos torcedores. “As organizadas são para alegrar os estádios. É importante cadastrar, ter uma cartilha interna, ensinar o torcedor a vibrar com o seu time e não levar estressados e desocupados em direção aos estádios, o que é uma loucura porque as brigas acontecem mesmo”. No jogo de ontem (19) à noite em Campinas, no estádio Moisés Lucarelli, entre Ponte Preta x São Paulo, por exemplo, era considerado de alto risco porque as duas facções estavam em “pé de guerra” devido a morte do torcedor ponte-pretano.

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