Gerdau foca mercado de aços especiais na Índia

O presidente do conselho de administração da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, destacou hoje que dois mercados apresentam crescimento acima da média no segmento de aços especiais: Índia e China. A Gerdau anunciou, no dia 22 de junho, uma parceria com o grupo Kalyani para operar a unidade SJK Steel Plant em Tadipatri, na Índia. A operação no país asiático tem foco no fornecimento de aços especiais para a indústria automotiva indiana. Mesmo assim, deve atingir mercados vizinhos, pois neste segmento normalmente as exportações ocorrem de forma indireta, pela venda do produto acabado, explicou o empresário.

A chegada à Índia não atrapalha o plano de operar na China, onde o processo é mais complexo, reiterou Johannpeter, que foi palestrante hoje do 8º Congresso Internacional da Qualidade para a Competitividade, em Porto Alegre. Na Índia, a decisão depende apenas do mercado, enquanto na China passa por várias esferas de governo, lembrou ele. O empresário preferiu não estimar em quanto tempo a Gerdau terá operação na China. Ele observou que o grupo brasileiro realiza uma avaliação para definir se o sócio local será estatal ou privado.

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Venezuela

Johannpeter reiterou que o investimento do grupo na Venezuela – onde anunciou a compra da Siderúrgica Zuliana também em junho – levou em conta o crescimento do país e os bons resultados das empresas do setor. Ele disse que houve diálogo com o governo Hugo Chávez, embora a decisão do investimento não dependesse de aprovação oficial. “Foi um negócio entre dois grupos empresariais”, reforçou, ao avaliar que o risco político no país depende do tipo de operação.

Mesmo com os recentes investimentos na América Latina, Johannpeter considerou que a ampliação do grupo na região ainda não está completa. “Está quase completo, mas tem que fazer mais um pouco”, indicou.

Reformas

Johannpeter também abordou a reforma tributária e defendeu a adoção do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), mas com um sistema eletrônico de compensação de débitos e créditos. Conforme ele, a compensação eletrônica de créditos de PIS/Cofins atualmente não é completa.

Ao comentar o andamento da reforma política, Johannpeter sugeriu a criação de um grupo de teóricos para avaliar o tema, por sua complexidade. “Tem que haver um debate acadêmico e teórico sobre o tema”, propôs, admitindo que isso tornaria a mudança mais lenta, mas traria mais certezas sobre o resultado.

O empresário disse que tende a ser contrário ao financiamento público de campanhas, por representar um ônus adicional para a sociedade. “Não sei se o sistema vai evitar os problemas”, comentou. “Temos que forçar o aprimoramento e transparência do sistema”, acrescentou.

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