Deflação da soja segura nível de preços pelo IGP-DI

A queda da soja no atacado (-5,45%) e a forte desaceleração nos preços dos alimentos no varejo (de 1,57% para 0,01%) foram os principais fatores que levaram à taxa menor do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que subiu 0,14% em abril, ante alta de 0,22% em março. A avaliação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

O economista considerou que esse cenário conduziu a elevações de preços menos intensas tanto na taxa do atacado (de 0,11% para 0,02%) quanto na taxa dos preços ao consumidor (de 0,48% para 0,31%). No caso do atacado, a queda nos preços dos produtos agrícolas (-2,44%) foi a que mais contribuiu para a taxa menor do indicador. Dentro desse segmento, a deflação mostrada pela soja foi destaque. “A soja foi uma contribuição tão grande para a desaceleração do IGP-DI que até permitiu acomodar algumas acelerações de preços no atacado”, afirmou Quadros, lembrando que os preços dos produtos industriais apresentaram elevação mais intensa (de 0,20% para 0,84%), de março para abril.

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Quadros explicou que, no momento, existem três fatores puxando o preço da soja para baixo. O primeiro deles é o “efeito safra”, visto que é nessa época do ano que o produto é colhido – ou seja, a oferta do produto no mercado interno aumenta, o que derruba os preços. O segundo é o começo de recuo no preço do produto no mercado internacional. Isso se deve ao fato de que o preço da soja já acelerou muito no passado, e agora começa a se “ajustar”. Já o terceiro fator é a atual valorização do real ante o dólar – que ajuda a diminuir o preço de algumas commodities importantes, negociadas no mercado internacional, como é o caso da soja.

No caso do varejo, a elevação de preços menos intensa no grupo Alimentação foi influenciada pelas quedas e desacelerações de preços nos alimentos in natura. É o caso da deflação em hortaliças e legumes (-2,41%); e a elevação de preços menos intensa em frutas (3,73% para 1,22%). O economista da FGV, André Braz, explicou que esses produtos registraram forte elevação de preços no primeiro trimestre do ano, visto que tiveram sua oferta prejudicada pelas bruscas variações climáticas no período. “Mas agora que começa uma regularização da oferta, os preços pararam de subir”, disse.

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