ABC - quarta-feira , 8 de maio de 2024

Metalúrgicos do ABC paralisam Rodovia dos Imigrantes contra medida do Contran

Manifestação começou em frente à fábrica de extintores Resil, empresa que anunciou a demissão de 350 trabalhadores (Foto: Edu Guimarães / SMABC)

Cerca de 500 metalúrgicos do ABC paralisaram a Rodovia dos Imigrantes na manhã desta terça-feira (27) em protesto contra a resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) que acaba com a obrigatoriedade do uso do extintor de incêndio nos automóveis de passeio. A manifestação começou em frente à fábrica de extintores Resil, em Diadema, empresa que na segunda-feira (26) anunciou a demissão de 350 trabalhadores. Agora à tarde, um grupo de duzentos metalúrgicos seguiu para Brasília para participar de mobilizações nesta quarta-feira (28) na Câmara dos Deputados.

Os Metalúrgicos do ABC defendem que a resolução seja revogada e farão a mobilização no Congresso Nacional para que seja aprovado o Projeto de Decreto Legislativo apresentado pelo deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE), que susta os efeitos da medida. O projeto poderá ser votado nesta quarta-feira, se a mesa diretora da Câmara acatar o requerimento de urgência apresentado pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP). “Se a votação ocorrer os trabalhadores estarão lá. O governo não pode continuar cometendo erros como ocorreu com esta resolução do Contran. É um crime contra o trabalhador fazer uma mudança desse porte sem uma discussão profunda. Quem toma uma decisão como essa sabe que ela causará demissões”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

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As manifestações, segundo o dirigente, estão sendo necessárias para chamar a atenção para a medida, que está gerando desemprego no ABC e em todo o País. “Fizemos vários contatos com o Governo, duas reuniões com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, e articulações no Legislativo. Até agora não houve sensibilidade do governo para achar uma alternativa. Vamos continuar indo às ruas”, reforça.

Na opinião do presidente do Sindicato, essa discussão pode ser feita, mas de forma conjunta com a sociedade e, principalmente, dando o tempo necessário para que o setor se reorganize, e não da forma “atropelada” como se deu. “Tem faltado procedimento ao Contran. Em nenhum momento houve qualquer sinalização de que a obrigatoriedade seria extinta, ao contrário. Eles vinham aumentando as exigências em relação aos extintores, o governo fazia pressão para que o setor aumentasse a oferta do produto e, de repente, deram esse “cavalo de pau”, ressalta Marques.

O dirigente refere-se ao anúncio feito pelo órgão, no início de janeiro, obrigando os proprietários de veículos a trocar os extintores para o modelo ABC, de potência maior, o que gerou uma corrida às lojas e aumento de demanda nas fábricas. “Não podemos mais conviver com essa insegurança jurídica no País. É preciso segurança para que se possa investir, planejar. Se isso não acontece, quem sofre as consequências é o trabalhador”, reforça. 

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