Hipótese de contaminação de crianças do Colégio Jatobá por água é descartada

O colégio está sendo higienizado e não será aberto até a conclusão dos laudos técnicos emitidos (Foto: Pedro Diogo)

O Secretário de Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, declarou nesta segunda-feira (24/08) que a hipótese de contaminação pelo consumo de água das crianças do Colégio Jatobá está descartada. Análise do Instituto Adolfo Lutz considerou o líquido dentro do padrão adequado de potabilidade. Agora, a possibilidade mais forte é a contaminação em razão da má manipulação de alimentos.

Resultados de exames de fezes de quatro alunos internados no Hospital e Maternidade Brasil apresentaram resultados positivos para a bactéria Shigella sonnei. Portanto, o provável agente causador da internação dos 51 estudantes é este germe, proliferado a partir da manipulação inadequada de alimentos dentro do colégio. “O perfil do surto é restrito, pois não foram registrados casos fora da escola”, ressaltou Nepomuceno.

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A Vigilância Epidemiológica e Sanitária de Santo André acompanha o caso e realiza ações para compreender o processo de surto epidêmico. Uma das iniciativas consiste na aplicação de um questionário nos alunos e funcionários da instituição. Também está marcada para esta semana uma reunião com a diretoria da escola e com os pais dos alunos para decidir o encaminhamento do processo. O colégio está sendo higienizado e não será aberto até a conclusão dos laudos técnicos emitidos após a investigação da Vigilância. “Pretendemos finalizar o processo até o fim desta semana, mas temos que nos certificar da segurança do local antes da escola retomar as aulas”, declarou o secretário.

Segundo Homero, provavelmente ocorrerão mudanças nas fases de processamento e conservação de alimentos do Colégio Jatobá. Porém, ainda é muito cedo para se falar em penalização da escola. “Estamos focados em tratar os pacientes e em criar mecanismos para que o surto não se repita”, diz.

Internações
Das 51 crianças internadas, quatro estão na UTI (Unidade de Tratamento Intensiva), sendo que destas, três já receberam alta e esperam vaga na enfermaria e uma, que passou por processo cirúrgico, ainda está em observação. Os sintomas dos estudantes são náusea, febre, diarreia e desidratação severa. No domingo (23/08), eram 41 crianças e o secretário de Saúde do município Homero Duarte disse que até quinta-feira, 27, novos casos ainda podem ser registrados já que a provável bactéria causadora da doença tem período de incubação de 7 dias. Os primeiros registros surgiram na sexta feira, 21, quando 13 crianças do colégio Jatobá foram hospitalizadas.

Todos os 51 casos são de estudantes da escola com quadro de infecção gastrointestinal (gastroenterite), com quadro de diarreia, dor abdominal, vômito, febre, dor de cabeça e desidratação. Por isso, a vigilância sanitária estadual determinou que a escola fique fechada até a conclusão dos laudos (exames de cultura das crianças e inspeção na cozinha e dependências da escola), o que só deve acontecer no final da semana.

De acordo com Duarte, as primeiras internações foram de crianças de 4 a 9 anos que ficavam em período integral na escola e por isso realizavam todas as refeições na unidade. Depois os casos foram registrados também em crianças menores que ficavam menos tempo na escola e tinham apenas uma refeição no local. “O período de incubação de bactérias desse tipo é de 7 dias e então ainda podem ter outros portadores da doença que não manifestaram os sintomas”. Foram colhidas amostras dos alimentos servidos na escola nos dias 17, 18, 19 e 20 de agosto.

Dos 51 internados, 4 estão na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Brasil. O caso mais grave é de um menino de 8 anos que apresentou severa desidratação e precisou passar por um procedimento de laparatomia exploratória. “Ele está melhorando, já não precisa mais de aparelhos para respirar. Mas seu quadro ainda expira cuidados”.

O colégio explicou na sexta-feira, 21, em comunicado no próprio site, que a causa da infecção seria “uma bactéria muito agressiva, ainda não havendo o diagnóstico exato de qual seria essa bactéria especificamente.” A instituição ressaltou que ficou sabendo dos casos na quinta-feira e que, a partir de então, deu início às “medidas possíveis para controlar a situação e minimizar seus efeitos”. De acordo com a direção da escola, “4 ou 5” crianças passaram mal no colégio, em dias diferentes.

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