Dr. Consulta abrirá duas novas unidades no ABC

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Com o objetivo de dar acesso à saúde às pessoas sem convênio médico, a rede de clínicas Dr. Consulta irá inaugurar mais duas unidades no ABC, além da já existente em São Bernardo. No dia 26 de maio a rede dará início às atividades em Diadema, com capacidade para 22 mil atendimentos por mês, e no dia 9 de junho é Santo André que receberá sua unidade, com capacidade para 32 mil atendimentos por mês. As duas, juntas, terão capacidade para 52 mil atendimentos mensais, ou 600 mil atendimentos por ano. Segundo Thomaz Srougi, fundador da iniciativa, os dois novos empreendimentos se darão pela carência de serviços de saúde qualificados e acessíveis aos menos favorecidos da região.

Os tipos de especializações de cada unidade são definidos, segundo o fundador, de acordo com as necessidades da região. “Se o serviço público da cidade já realiza um bom atendimento de urologia, por exemplo, não haverá necessidade de incluirmos esse tratamento”, explica Srougi. Santo André realizará consultas nas áreas de cardiologia, clínica médica, coloproctologia, endocrinologia, ginecologia, ortopedia, pediatria, pneumologia, psiquiatria, reumatologia, urologia e vascular. Diadema terá duas especializações adicionais: mastologia e otorrinolaringologia.
A rede Dr. Consulta não tem qualquer trabalho conjunto com planos de saúde ou com o setor público. “Por incrível que pareça, há muita gente competente trabalhando na rede pública, mas infelizmente a nossa única relação com o Estado é o pagamento de impostos”, diz Srougi. “É uma pena não recebermos encaminhamentos de pacientes tratados em hospitais públicos. Em média, apresentamos os diagnósticos em 15 dias aos pacientes, então, nós temos estrutura para desafogar a alta demanda da saúde.”

Apesar do enfoque da iniciativa ser o acolhimento das classes C e D, Srougi observa que 10% dos pacientes são pessoas de melhor poder aquisitivo que estão insatisfeitas com o serviço prestado pelas clínicas particulares. “Hoje, para se realizar um exame de imagem, o paciente pode demorar dois meses numa fila de espera. Então não restringimos o atendimento de acordo com a renda, queremos dar acesso à saúde a quem não tem, seja lá qual for sua condição social”.

Nenhuma das unidades do Dr. Consulta, porém, realiza atendimento emergencial, e todas funcionam de segunda a sexta-feira. As consultas devem ser agendadas previamente no próprio site da instituição. “Queremos trabalhar a prevenção e o rápido diagnóstico, para atacar o problema de forma estrutural”, esclarece Srougi. “Tratar emergências é uma ação paliativa, resolve o problema na hora, mas nosso objetivo é que as pessoas não fiquem doentes”.

Atendimento humanizado
Para estimular médicos, enfermeiros e recepcionistas a abordarem os pacientes com respeito, a rede Dr. Consulta desenvolveu um sistema que dá melhores remunerações aos profissionais que receberem uma pontuação mais elevada por parte dos pacientes. “Pedimos que atribuam uma nota de 0 a 10 a cada pessoa que o atendeu. Os profissionais que tiverem uma média maior receberão uma bonificação maior. Se a pontuação for baixa, a remuneração será proporcional”, diz Srougi.

O fundador afirma que um sistema digital foi criado a partir de entrevistas realizadas por médicos da Universidade de São Paulo (USP) que desejavam saber o que os pacientes esperavam dos profissionais que os atendiam. “Foram cinco anos de estudo para formar um modelo de perguntas que os médicos do Dr. Consulta devem fazer nos atendimentos, garantindo que todos trabalhem valorizando o lado humano. Nós lapidamos, assim, a forma com que os clínicos tratam seus pacientes, de forma padronizada”.

Srougi afirma que os valores das consultas são mantidos mais baixos a partir de medidas que visam melhorar a produtividade das unidades – uma consulta ao cardiologista custa, por exemplo, R$ 120. “Não existe mágica, investimos em equipamentos de qualidade, em pessoas qualificadas e desenhamos o processo de atendimento de cada paciente de forma livre, sem as limitações comuns dos planos de saúde”.