Só na impotência homens
lembram de urologista

A consulta periódica ao urologista deveria fazer parte da vida de todo homem. Mas a falta de tempo, e, às vezes, de informação, faz com que muitos passem anos sem os cuidados desse especialista. De acordo com uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia, 44% dos homens buscam auxílio desse médico apenas quando possuem queixas de impotência sexual.

De acordo com a urologista e terapeuta sexual da Faculdade de Medicina do ABC, Sylvia Faria Marzano, desde criança o homem deve realizar consulta anual ao urologista, mesmo sem estar com algum tipo de sintoma. “A consulta anual é de extrema importância, principalmente, para homens acima de 40 anos. É a partir dessa idade que o homem necessita de uma prevenção maior às doenças da próstata e de monitoração mais precisa dos hormônios importantes para a qualidade de vida”, afirma a médica.

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Para o jovem, o urologista também é importante para a orientação no início da vida sexual e também para os cuidados com o trato urinário na prevenção a infecções e doenças sexualmente transmissíveis. De acordo com a urologista, as prática sexuais se modificaram e isso exige que os jovens fiquem mais atentos. “As infecções do pênis, hoje são muito frequentes pela prática do sexo oral e também das uretrites e prostatites pelo sexo anal sem preservativo”, afirma Sylvia.

As doenças sexualmente transmissíveis também são queixa comum entre os mais jovens. Uma pesquisa do INCA (Instituto Nacional do Câncer) revelou que o HPV (papiloma virus do homem) está associado a até 75% dos casos de câncer de pênis. A doença causa verrugas nos genitais, e infecções da pele do pênis. No entanto, esse vírus pode ficar “incubado” no paciente por até 15 anos antes de aparecer algum sintoma.

Prevenção é feita em 30 segundos

A resistência à consulta ao urologista é motivada muitas vezes pelo preconceito ao exame de toque retal, pela vergonha da queixa ou por medo do julgamento do médico. A pesquisa Datafolha “Saúde masculina: o homem e o câncer de próstata”, encomendada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), revelou que 76% dos homens afirmam ter conhecimento sobre o exame de toque retal para detectar o câncer da próstata, mas apenas 32% já o fizeram.

O exame do toque é rápido, dura de 5 a 30 segundos, e indolor pois, utiliza-se lubrificantes. O teste pode auxiliar na descoberta de um tumor, que em fase precoce, possibilita alto grau de cura. Recomenda-se que o exame retal seja feito em todos os homens acima de 50 anos, como parte do exame médico de rotina, e se houver algum caso confirmado na família, esta prevenção deve ser semestral e iniciar-se entre 40 e 45 anos.

Segundo a urologista Sylvia, a prevenção mais importante é em relação ao câncer da próstata, mas existem outras doenças sérias que acometem a região. “A hiperplasia prostática benigna que é um aumento benigno, pode dar sintomas de dificuldade para urinar, que diminui a qualidade de vida do homem e também pode alterar a função sexual. As infecções da próstata também causam dor ao ejacular e mudam o aspecto do sêmen, podendo ser até sangue”, afirma.

Impotência sexual

Ao contrário do que a maioria pensa, a queixa sexual é muito comum também em homens mais novos. Segundo a urologista, o problema, na maioria das vezes, acontece porque os jovens se cobram muito em relação à performance, têm ansiedade constante, ou estão passando por problemas externos, que muitas vezes não conseguem visualizar.

“Nos homens mais velhos, o grande vilão para ocorrerem as disfunções eréteis é a falta de erotismo, a monotonia e a domesticidade que acomete os casais, que acham que não há necessidade mais do namoro, de conquista e de novidade no relacionamento”, afirma Sylvia. O tratamento depende da causa, mas mesmo as orgânicas (alterações em exames que podem ser solucionadas com o uso de medicamentos), precisam de um acompanhamento psicológico. (Colaborou Carolina Neves)

 

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