Servidores da CGU voltam a protestar e citam retrocesso no combate à corrupção

Servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) voltaram a protestar nesta segunda-feira, 28, contra a possibilidade de o órgão perder o status de ministério. Para eles, a medida significará um retrocesso no combate à corrupção.

Na sexta-feira, analistas e técnicos já haviam organizado uma manifestação em frente à sede da CGU. Nesta segunda-feira, eles fizeram uma caminhada pela Esplanada até chegar ao Palácio do Planalto. A previsão é que haja uma nova mobilização nesta terça-feira, 29.

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“O protesto é para lembrar aquilo que a presidente prometeu durante a campanha em relação à prevenção e ao combate da corrupção. A CGU não pode perder força”, disse o analista de finanças e controle do órgão, Fábio Felix, um dos organizadores da manifestação.

Em um dos cenários estudados pela presidente Dilma Rousseff, as atribuições da CGU seriam transferidas para outros ministérios, como o da Casa Civil e o da Justiça. Em nota, os organizadores do ato afirmaram que causa indignação a possibilidade de o órgão ficar subordinado a pastas cujos “principais responsáveis estão envolvidos e respondem processos por atos de corrupção e desvio de dinheiro público”.

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu abrir um inquérito contra o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para apurar a suspeita de caixa 2 em sua campanha ao governo de São Paulo em 2010.

Nesta segunda, chefes das representações estaduais da CGU ameaçaram entregar os cargos caso a mudança se concretize. Entre as preocupações dos servidores está a de que a perda do status de ministério traga dificuldades para fechar os acordos de leniência da Lava Jato, uma vez que hoje cabe a CGU celebrá-los.

A assessoria da CGU diz que aguarda o anúncio oficial da reforma ministerial esta semana e que órgão ainda não foi informado a respeito de nenhuma mudança e segue funcionando normalmente. Na semana passada, o ministro da CGU, Valdir Simão, enviou um comunicado tentando acalmar os servidores. No e-mail, ao qual a reportagem teve acesso, Simão dizia que estava empenhado em defender a importância da manutenção do status de ministério do órgão.

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