Seis mil pessoas acompanham desfile

Carro da União das Vilas trouxe personagens infantis (Foto: Raquel Toth)

Realizado pela primeira vez em arena coberta, o desfile das escolas de samba de São Bernardo recebeu público de cerca de seis mil pessoas na noite deste domingo (15). Outra inovação deste ano, no entanto, desagradou as agremiações: as apresentações ocorreram em circuito oval, pouco comum em desfiles carnavalescos. Sem contar a distância, que também foi alvo de reclamações – o desfile ocorreu na Estância Alto da Serra.

Outra novidade é que neste ano a festa ocorreu apenas em um dia, e reuniu três escolas do Grupo 2 e sete do Grupo 1. “Fizemos questão de dar toda a segurança aos foliões da nossa cidade. Diferente das outras edições, neste ano o Carnaval de São Bernardo foi realizado em local coberto, com todas as condições para que as escolas fizessem um grande desfile”, disse o secretário de Cultura.

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A festa começou com a apresentação do Bloco de Afoxé Omo Aiye Sele, que já se tornou tradição na Folia de Momo da cidade. Na sequência entrou na passarela a escola de samba de Diadema Estopim da Fiel, que desfilou como convidada e fez o público entrar no ritmo da festa.

A primeira escola a desfilar oficialmente foi a Unidos da Vila Rosa, que levou no enredo uma homenagem aos estúdios Vera Cruz, companhia que ficou conhecida como a Hollywood brasileira. Distribuída em oito alas e dois carros alegóricos, a agremiação apresentou como samba-enredo “A Galinha dos Ovos de Ouro, Isto é Vera Cruz, Companhia Cinematográfica. A Hollywoodiana Brasileira na Terra Santa Cruz”, tema que falou sobre a arte dos palcos, a magia de sonhar, shows, canções e poesias.

Logo em seguida desfilou a Acadêmicos de Vila Baeta Neves, que teve como tema a história do café. A escola mostrou alas que lembravam desde a colheita do fruto pelos escravos até a industrialização do produto café.

Terceira da noite a entrar na avenida, a Estação Primeira de Baeta Neves fez uma homenagem à mulher, com o enredo “Benditas Mulheres Guerreiras”. As nove alas levaram para a avenida a guerreira, a deusa da beleza e a diva, entre outros estilos.

A Terceira Idade Brilha São Bernardo abriu os desfiles das agremiações do principal grupo do Carnaval da cidade. Com o enredo “Está Escrito, Nasci Pra ser Feliz”, a escola contou a felicidade por meio das cartas, do zodíaco e numerologia. Para isso, levou para a avenida 10 alas e dois carros alegóricos.

A Mocidade Alegre de São Leopoldo, com seis títulos do Carnaval de São Bernardo, levou muita empolgação à passarela. Dividida em 10 alas e três alegorias, a escola cantou o samba-enredo “Educar é ir Além”, e lembrou que a educação é fundamental para o crescimento do ser humano. Mas um imprevisto com o terceiro carro alegórico fez com que a escola ultrapassasse o limite de tempo na passarela.

“Estou encantada com a qualidade das escolas. Valeu muito a pena ter vindo prestigiar os desfiles. Mas o que chamou mais atenção foi a preocupação da organização com a infraestrutura e com a acessibilidade para pessoas com deficiência. A Prefeitura está de parabéns. Hoje vi muitas pessoas com necessidades especiais prestigiando e desfilando”, elogiou Maria Silva Bezerra, moradora da Vila São José.

Em busca do bicampeonato, a União das Vilas entrou na avenida para falar do tempo, e retratou o tema em vários aspectos. Mitologia, ciência, percepção, música, cinema e literatura foram contados por seus componentes no samba-enredo “O Tempo que o Tempo Tem” nas suas 11 alas e nos três carros alegóricos.

Quarta agremiação a entrar na avenida pelo Grupo 1, a Acadêmicos de Vila Vivaldi fez homenagem ao cantor e compositor Adoniran Barbosa. Com seus componentes, distribuídos em 11 alas e três carros alegóricos, a agremiação apresentou como samba-enredo “Vida e Obra de Adoniran Barbosa”. O samba retratou letras do compositor, como “Trem das Onze”, “Saudosa Maloca” e “Tiro ao Álvaro”, canção imortalizada na voz de Elis Regina.

Na sequência foi a vez de outra escola da Vivaldi entrar na passarela do samba. A Império do Samba contou a história das raças e sua miscigenação. Com o enredo “A União das Raças, eis a Miscigenação”, retratou na avenida as várias etnias espalhadas pelo mundo.

Penúltima a entrar na avenida, a Renascente de São Bernardo do Campo cantou no seu samba a escravidão dos africanos no Brasil. As savanas, a natureza selvagem, bem como as suas crenças e escravos foram retratados pelos seus componentes, distribuídos em 10 alas e três alegorias. A escola, que representa as comunidades do Grande Farina, Industrial, Parque São Bernardo, Vila São Pedro e Jardim Petrônio fez o desfile com o enredo “Parte da História da Escravidão do Negro Africano no Brasil.”

O desfile foi encerrado com o Grêmio Recreativo Escola de Samba Camisa Vermelha e Branca. A escola entrou na avenida já com dia clareando, às 7h10 desta segunda-feira (16). Com o samba-enredo “Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade!”, os mais de 300 componentes mostraram na avenida a história da paz universal, com representantes como Martin Luther King, Gandhi, Nelson Mandela, Padre Cícero e Chico Xavier, passando ainda pelo movimento hippie e sua luta pela paz e o amor.

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